terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Os meus votos para 2014: Boas 4ª Feiras!

Está prestes a terminar mais um ano. E não, não me vou pôr aqui a perorar sobre o que correu mal ou bem em 2013.

Aproveito apenas para realçar que o Natal este ano foi numa 4ª feira e que o ano de 2014 se inicia também a uma 4ª feira. E que 2014 tem lá o nº 4, de 4ª feira! Portanto, acho que este ano que agora vai começar só pode ser um grande ano!

E como grande ano que vai ser, desejo-vos a todos umas enormes e fantásticas 4ª feiras durante 2014. Que tenham muitas, tão boas quanto as minhas!

Aproveitem bem a vossa parentalidade. Para aqueles que não são Pais, aproveitem bem a vossa família e amigos. Porque, no final de contas, uma 4ª feira não é mais do que tirarmos um pouco do nosso tempo para o darmos aos outros e que esse tempo nos faça a nós, e aos outros, felizes.

Eu dou o meu tempo aos meus filhos e à Marta. É para eles que vivo, é para eles que trabalho, são eles que me fazem feliz. Eles são as minhas 4ª feiras e espero conseguir continuar a partilhá-las convosco em 2014.

Bom ano!

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Ainda sobre os brigadeiros

Aqui há dias, publiquei aqui no blog os brigadeiros que a Marta fez. A verdade é que esta "história" é antiga.

A Marta apenas entra na cozinha, ou para comer, ou para ajudar a arrumar. Na verdade, ela não cozinha nem gosta de cozinhar.

Logo depois de nos casarmos, conta a Marta - confesso que não me lembro - que estava a estrelar um ovo. Eu entrei na cozinha e comecei logo a dar lições, a ensinar-lhe como se estrelava um ovo. Remédio santo, diz ela. É da maneira que nunca mais cozinha nada em casa. "Queres dar lições? Olha, faz tu!".

E pronto, eu que já gostava de cozinhar, tornei-me o Chef lá de casa.

O pouco jeito que tenho, aprendi-o com uma empregada que a minha Mãe teve durante muitos anos, só de a observar. Ela tinha jeito para cozinhar e eu sempre gostei de cozinha. Ficava a vê-la, decorava os ingredientes, e foi assim que aprendi. Lembro-me, muitas vezes, quando não havia jantar feito em casa ao Domingo, arranjava uns belos hambúrgueres no pão para mim. Como sempre fui rapazinho de alimento - como o meu amigo Hernâni diz - tinha de fazer 3. Se comesse 1, já não era mau porque sempre aparecia alguém a roubar-me um dos hambúrgueres. Entre irmãos e namorados, havia sempre muita boca para alimentar lá em casa.

Muitas vezes fiz o jantar ao meu Pai quando a minha Mãe não estava. Bife com batatas fritas e ovo estrelado, que era o que ele gostava. Aos fins-de-semana, quando os meus Pais não estavam, muitas vezes algum dos meus irmãos mandava-me para a cozinha fazer comida.

Ao longo do tempo, fui inventando pratos e misturando ingredientes. Faço tudo a olho, nunca tirei nenhum curso. Às vezes, dá asneira e o prato fica horrível, incomestível! Durante muito tempo, adorava comprar revistas com receitas para ir tendo novas ideias.

Continuo a gostar de cozinhar mas cozinho cada vez menos. Destino as refeições diárias para a empregada fazer. Ao fim-de-semana, faço sempre qualquer coisa.

E pronto. Assim está explicado o post sobre os brigadeiros. Verdade, verdadinha, parece que a culpa é minha...

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Chegaram mais notas!

Já chegaram as notas das provas do final do período.

A Rita esmerou-se desta vez: 98% a Matemática, 86% a Português, Muito Bom a História e Estudo do Meio. Foram excelentes as notas e ela vinha muito feliz da escola! Trabalhou, esforçou-se e teve a recomensa.

O Zico, espalhou-se. No dia da prova de Português, a Professora disse que quem não entendesse a pergunta, para não a fazer. Vai disto, sorna como ele é, deixou 4 perguntas por responder! Lá deve ter pensado: "se não preciso de responder, para quê dar-me ao trabalho?!"

Resultado? Um Bom a Português!

A Estudo do Meio, estive sei lá quanto tempo a estudar os 5 sentidos com ele até aquilo lhe entrar na cabeça. Falhou-os todos! Trocou tudo, do género, cheiro as flores com o tato! Bolas!

A Matemática, falhou umas contas mas acabou por ter Muito Bom. Excelentes, com nas primeiras, é que nem vê-los!

Overall, para primeiro período, a coisa não vai mal...

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Pais que fazem tudo

Sobre este texto - Mães que não fazem nada -  apeteceu-me escrever este, agora: Pais que fazem tudo. E não, não quero falar de Pais no sentido masculino, mas antes de Pais no sentido lato.

A Marta não está tão próxima dos meninos, é verdade. Mas faz tudo. Tem pouco tempo para fazer tudo, é verdade, mas faz tudo. Trabalha, realiza-se, realiza os outros, realiza-nos a nós, está em casa, está comigo, está com os meninos. Trabalha ainda mais.

Como a Marta, há milhares e milhares de Pais que fazem tudo e tudo fazem para conseguir fazer tudo. E a coisa corre bem. Os nossos Pais, noutro ritmo, é verdade, já tudo faziam. Eu, pessoalmente, passei uma infância e adolescência pouco vendo o meu Pai. E tanto que ele fez!

Do meu lado, não me revejo nada nesta lógica de não haver carreiras, não poder haver planos que façam coincidir a vida familiar com a vida profissional e de tudo se perder numa vida por causa do trabalho. Nem sequer acredito numa sem a outra, e vice-versa. E acreditem, gosto de fazer nada! Adoro estar em casa, sentado sem fazer absolutamente nada!

Acho que muitos Pais facilmente entram na angústia e na nostalgia da maternidade. Acham que o tempo passado durante a licença deveria perdurar, para todo o sempre. Eu também passei por isso, principalmente com a Rita. No meu 1º dia de trabalho, depois de um mês em casa, tive de sair à hora do almoço, correr até casa, pegar na Rita ao colo e dar-lhe um grande mimo. Era como uma droga, uma injecção para me manter o resto do dia! Mas logo passou.

Sem trabalho, não nos realizamos. Sem família, também não. Por vezes, prevalece um; outras, prevalece a segunda. É assim mesmo e nada neste Mundo o irá mudar. E aquilo que não podemos mudar, mais vale aprendermos a ser felizes com isso.

Temos menos tempo para os filhos? Aproveitemo-lo até ao tutano! Temos mesmo de trabalhar, mais vale é aproveitar tudo o que de bom o trabalho nos dá.

Pensemos assim: a vida é como uma laranja. É preciso descascá-la, tirar os caroços e aqueles fios chatos que ficam presos nos dentes. Provavelmente sujamo-nos e ficamos com as mãos a tresandar! Mas depois... depois é dar uma bela dentada e aproveitar todo o sumo que tem. O resto, deita-se fora.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Mais uma Festa de Natal!

Ontem foi a Festa de Natal da escola. A Rita é finalista e, como tal, tem "direito" a posição de destaque. Por norma, os finalistas são os actores principais da peça produzida.

Este ano foi sobre o livro de Sophia de Mello Breyner, "A Noite de Natal". Quem abriu a festa foi a sua bisneta, também de nome Sofia, aluna da pré-primária da escola.

O Zico fez de árvore. A Rita, de ananás.

Aqui há uns anos, cometi um erro, daqueles de palmatória, com a Rita. Ela nunca teve jeito nem ouvido para a música. Um dia, disse-lhe: "Rita, realmente não tens ouvido nenhum para a música!". Aquilo, ficou-lhe. Mas, na realidade, ela desafina monstruosamente!

Ontem, na festa, cantou 2 músicas. Acompanhada por uma colega. Provou que eu estava errado! Foi capaz de cantar, em palco, em público. Não desafinou. Esteve lindamente!

No final, estava feliz! Saltou-me para o colo, dei-lhe um grande abraço, dei-lhe os parabéns e fiz questão de lhe dizer o quanto estava orgulhoso dela! Acho fundamental eles saberem quando nos orgulhamos dos seus feitos, por pequenos que sejam!

Mãe, Pai, Mãe, Pai!

A Teresa aprendeu a dizer, na perfeição, as palavras Mãe e Pai.

Posto isto, passa o dia a chamar: Mãe, Pai, Mãe, Pai. Indiferenciadamente! Chama-me Mãe muitas vezes! Pega no telefone, e finge telefonar à Mãe. Toca a campainha, e vai a correr a dizer: Mãe!!! Quanfo ponho a chave à porta, sente-me logo e chama: Pai!!!

Hoje de manhã, coitadinha, andava pela casa a chamar pela Mãe. A Marta está fora, a Rita dormiu em casa de uma amiga, e a casa ficou mais vazia. Engraçado que ela sentiu isso e passou a manhã toda a chamar pela Mãe.

Fomos levar o Zico à escola, demos um pequeno passeio, e passou-lhe.

Mais uma 4a feira que passa...

sábado, 14 de dezembro de 2013

A Marta fez brigadeiros

A Rita, amanhã, vai para as Guias. Tem de levar uns bolinhos "home made". Aconselhei a Marta a ir ao Supermercado comprar umas bolachas, mas não, a Chef cá de casa decidiu fazer bolinhos.

Foram as duas comprar os ingredientes. Fizeram tudo. Puseram no forno e umas duas horas depois...


... saíram brigadeiros! Mais do que ter jeito, diria que a Marta faz magia na cozinha! Nem toda a gente consegue transformar bolinhos em brigadeiros, de forno, e sem chocolate!

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Correr para quê?

No ano passado, aí por Abril, comecei a correr. Devagar, devagarinho, com o único objectivo de melhorar a minha preparação física. Sempre fui jogador de bola, nunca gostei de mais nenhum desporto mas estava cansado de não fazer nada. Detesto ginásios e, assim, comecei a correr.

Pouco tempo depois, nasceu a Teresinha. Isso e um pico de trabalho, puseram-me fora das corridas. Durou pouco...

Este ano, depois da Teresinha estar já mais crescida, voltei às corridas. Outra vez, com o objectivo de melhorar fisicamente e de conseguir fazer 5 Kms abaixo de 30 minutos. Corria pelas Avenidas Novas, devagarinho, ia vendo as pessoas, as ruas, os prédios. Com algum treino, consegui o objectivo.

Depois, procurei alargar um pouco a distância e correr os mesmos 5 Kms abaixo de 25 minutos. Consegui ambos. Fiz a minha primeira corrida em Junho - Marginal à Noite - e correu muitíssimo melhor que o esperado: 7,8 Kms em quase 39 minutos!

Achei que podia e devia levar a coisa mais a sério. Comecei a investigar planos de treino para corridas de 10 Kms, comecei a treinar mais seriamente em Julho e inscrevi-me na minha primeira corrida em Setembro - a corrida da Marginal. Lá fui treinando. Na véspera da corrida, sentia-me lindamente! Achava que ia fazer já uma corrida sensacional, abaixo dos 50 minutos (o melhor que tinha conseguido, em treino, eram 53 minutos). Foi uma desgraça! Um Domingo de muito calor, uma corrida mal gerida. Aos 4 kms estava estoirado, aos 7 kms já andava... terminei a corrida em 56 minutos! Quando cheguei, tive de me sentar no chão e demorei alguns minutos a recuperar o fôlego.

Continuei a treinar. Tinha-me já inscrito noutra corrida em Outubro e, entretanto, soube da Corrida dos Descobrimentos. Pelo meio, abriram as inscrições para a Corrida do Sporting.

Lá fui, em Outubro. Com mais calma, mais cabeça e preparado para não voltar a fazer a mesma asneira. Na Corrida do Aeroporto, terminei com 51 minutos. Fiquei extremamente contente. Afinal, tinha melhorado bastante e o percurso era difícil.

Continuei a treinar com o objectivo, agora, de fazer os 10 kms abaixo dos 50 minutos. E a corrida seguinte era a do meu Sporting. Não podia falhar, de maneira alguma! Preparei-me bem, repliquei o percurso por uma vez e vi que era capaz. Se gerisse bem o esforço, seria capaz! E fui. Terminei a corrida em 48'59''. Já estava! Tinha conseguido!

Só que, entretanto, já tinha a minha inscrição para a semana seguinte para a Corrida dos Descobrimentos. Pensei em não participar mas depois, lá reconsiderei. Só treinei 1 vez entre as corridas. Enchi a barriga de pizza e coca-cola na véspera (que saudável e próprio para correr)! Dormi bem. Acordei bem.

No passado Domingo, estavam 5 graus à hora da partida. Um gelo! Arranquei disparado. Estava pronto para o que fosse. Não tinha nada a perder. Durante toda a corrida, sempre me senti bem. Aos 4 Kms, tinha já quase a certeza que iria bater o meu recorde da semana anterior. Aos 6 Kms, reduzi o ritmo para me resguardar. Aos 7,5 Kms, arranquei. Passei por muitos que me tinham ultrapassado uns Kms antes. Aos 9 Kms, disparei! Estava de tal forma contente que passei por um "colega" e disse-lhe: «9 Kms, só falta 1, 'bora!". O coitado do rapaz já mal aguentava e via-me a sprintar a 1 Km do fim.

Terminei em 46 minutos! Terminei no lugar 121 e em 16º do meu escalão! Nem sei o que vos diga de tanta felicidade que tenho!

Lembro-me quando comecei a correr. Achava difícil fazer 10 kms abaixo de 1 hora. Nunca pensei ser capaz de fazer abaixo de 50 minutos. Quando amigos meus me diziam que faziam a distância em 45 ou 44 minutos, pensava: «Nunca hei-de ser capaz!». Mas fui. Treinei. E competi contra o meu pior "inimigo", o meu maior adversário: eu próprio. E ganhei! E estou contente.

Agora, quero preparar-me bem para conseguir fazer uma meia-maratona. Só quero terminar, bem, com fôlego e contente. Tal como consegui no Domingo passado!

Mas afinal, corro para quê? Simples. Para mostrar a mim mesmo, e também aos meus filhos, que não há impossíveis. Nada é impossível. E porque me dá um enorme prazer! Grande parte das vezes, somos nós próprios quem complica as coisas e tornamo-las difíceis. E, grande parte das vezes, é tudo tão fácil... é só querermos! E se nos der prazer, ainda melhor!

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A Árvore de Natal

Todos os anos, a Marta faz a Árvore de Natal logo no primeiro fim-de-semana de Dezembro. Como é tradição, fica feita até ao Dia de Reis.

A nossa árvore é grande e dá trabalho montar. Reconheço que é chato. Eu sou muito pouco dado a trabalhos manuais domésticos. Faço tudo lá em casa mas por favor, não me peçam para montar seja o que for! Nem sequer penduro um quadro na parede. Portanto, quando diz respeito a montagens, fica sempre da responsabilidade da Marta. Naturalmente, a Árvore de Natal fica nesse departamento.

No ano passado, a Marta jurou que nunca mais voltaria a fazer a árvore. Com o trabalho que dá e a pouca ajuda que tem, fartou-se. Eu, achando que era tanga, resolvi colocar um lembrete no telemóvel, para o dia 01 de Dezembro deste ano, para a lembrar da promessa, achando eu que nunca iria ser cumprida.

A verdade é que o lembrete lá apitou e a árvore na arrecadação ficou...

Vai disto, e pus-me a pensar: e se fizer eu a Árvore? Com a ajuda dos meninos e da Ladi, fazemos a árvore e preparamos uma surpresa à Mãe. Até porque, apesar da Marta ter dito que não a faria, eu bem sei que ela não iria gostar nada de passar um Natal sem uma árvore, e para os meninos nem acho que fosse correcto...

Assim, pensei logo em preparar um filme com a feitura da dita, que depois poderia ser aproveitado para o filme de Natal da família. Toca de procurar apps no i-phone. Descobri o Magisto e o Animoto. Usei este segundo para o filme de Natal.

Depois, havia que "despachar" a Teresa. Seria impensável montar a árvore com a Teresa de roda dos meus pés. Vai para casa da Avó a manhã de 6ª feira. Contei o segredo à Rita e ao Zico que já sabiam que quando chegassem da escola, seria para ajudar. No final faríamos uma surpresa.


Mas como garantir que a Marta chegava a horas decentes e a tempo ainda de jantarmos todos, com calma, em família. Lembrei-me disto:


Enviei logo um e-mail à Marta com a mensagem "urgente" para ela ver o vídeo. Assim, "garantia" que ela vinha a horas!

O resto, acho que já conhecem e já viram o filme. Mas cá fica outra vez!



quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

As 4ª feiras da Marta

E agora, Srs. e Sras., pela primeira vez, aqui nas 4ª feiras... as 4ª feiras da Marta! (sim, é claro que a Marta também tem as suas 4ª feiras. Todos temos!)

É a primeira contribuição da Mãe para o blog!!! Viva!


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Abrandar o ritmo

Li na íntegra esta entrevista com Catarina Portas. Apesar de não partilhar de muitas das suas ideias nem me rever sequer no seu posicionamento político-ideológico, tendo a concordar com muitas coisas que diz. Sobretudo, revejo-me na sua intrínseca característica do receio de crescer.

Acho sinceramente que o Mundo teria muito a ganhar com uma multiplicidade de pequenos negócios, ao invés do crescimento desmesurado de muitos deles que, maior parte das vezes, são feitos à custa de dívida insustentável. Há já muito tempo que defendo que o Mundo deveria dar uns passos atrás e começar a caminhar mais lentamente. Isso implicaria todos perdermos um pouco do que temos - todos sem excepção e não apenas alguns.

Mas o que tem isto a ver com as minhas 4ª feiras? Tudo! Lá por casa, conversamos várias vezes sobre uma certa info-exclusão dos miúdos, sobretudo da Rita que já tem 9 anos. Não mexem na net, não têm facebook, não tem telemóvel, i-pod... nada! Vemos outras crianças da mesma idade com conversas mais desenvolvidas e mais conhecedoras de muitas destas realidades que nos rodeia. Têm facebook, têm smartphones, amigos na net, etc. A Rita, não. E eu acho bem e sinto-me confortável com isso. Acho que não perdem nada em não saber determinadas coisas, em não conhecer determinados assuntos. Terão tempo para isso.

A verdade é que com toda esta pressa que o Mundo leva, achamos que devemos aprender e apreender coisas mais cedo, mais depressa. E eu acho que fazia alguma falta levar as coisas mais devagar... cada vez mais gosto de ter uma certa "ignorância" e desconhecimento de algumas coisas que se vão passando. Sempre me sinto um pouco mais saudável e não acho que perca tanta coisa quanto isso.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A Perfect Day

Há dias assim... Há dias em que, enquanto Pai, fico a pensar onde errei. Há dias em que os meninos não nos tratam bem, estão mais irritados, nós zangamo-nos, não temos paciência. Nesses dias, fico aborrecido, triste. Mas, depois, há os outro dias...

Esses dias valem por todos e ainda mais alguns. Há dias mesmo perfeitos. Ontem, 24.11, foi um desses dias. Deve ter sido, porventura, um dos dias mais felizes (senão mesmo o mais feliz) do Zico.

A Tia ofereceu o espaço, possibilitando ao Zico juntar amigos e primos numa jogatana de futebol e num farto lanche com tudo o que gosta. Além disso, ainda tratou do bolo, tal como ele o pediu.


Todos os presentes que pediu, teve. Cumpriu com todas as regras que lhe pusemos. A Rita fartou-se de ajudar, nunca fez uma birra, nunca chateou. Trabalhou, trabalhou, ajudou, sem ela a Marta e eu com mais dificuldade teríamos feito a festa. A Teresinha portou-se lindamente! Brincou, não chateou ninguém, não chorou, não fez birras.

À ida para casa, todos ajudaram a carregar com as coisas. Ninguém refilou. Todos cumpriram com os horários e as regras do fim do dia. Ninguém protestou. No fim do dia, o Zico aproveitou o maior presente que poderia ter recebido: uma PSP. Jogou até o deixarmos. Emprestou à Rita. 

Durante todo o dia, nunca o vi triste, nunca o vi zangado, nunca o vi aborrecido. Esteve sempre feliz, aceitou tudo com um sorriso na cara. Felicidade pura!

domingo, 24 de novembro de 2013

24.11

Há 7 anos, lá nos pusemos a caminho, mais uma vez, da CUF Descobertas. Já conhecíamos o Hospital, gostamos da experiência, e lá fomos. Nesse ano, lembro-me bem, o Inverno tardou a chegar mas nesse dia, chegou em força! Inundações por todo o lado, até a minha querida "terra", a Lourinhã, (entre aspas por que Lisboa é que é mesmo a minha terra!) ficou totalmente inundada com tanto que choveu. Os meus Pais estavam na América do Sul. E o nascia o Zico!

Julgo que eram umas 16h20m, mais coisa menos coisa, quando o Zico nasceu. Da mesma forma que recebi a Rita, também quis receber o Zico: no colo! O primeiro colo do bebé é meu, a primeira conversa é comigo, o primeiro calor é o do Pai. Depois de 9 meses só com a Mãe, acho que é o mínimo! lol

O Zico ficou na incubadora e não me deixavam pegar nele. Fiz tanta pressão, tanta questão, que lá me deixaram pegar-lhe por uns segundos. Agora, olhando para trás, na inocência, nervosismo e ainda alguma inexperiência enquanto Pai, fiquei preocupado com o estado do Zico (que nem era nada de especial, diga-se) e sem a minha Mãe por cá (ela é Pediatra), ainda mais inquieto fiquei. Mas rapidamente o Zico saiu da incubadora e veio para o nosso colo!

Tudo voltou a ser igual como tinha sido com a Rita: a primeira fralda, o primeiro banho foram comigo. De noite, sempre pronto para o acordar, mudar-lhe a fralda, e passá-lo à Marta para comer. Sim, sempre fui um verdadeiro tirano com os horários de comer, é de 3 em 3 horas nos primeiros dias. Acordo eu, preparo o bebé e dou-o para a Marta fazer o resto. A verdade é que ela sempre se passou com esta minha tirania!

Com o Zico, a volta para casa foi maravilhosa! A Rita estava já com 2 anos, era uma criança linda, era Natal. Lembro-me de estarmos todos em casa a fazer a Árvore, a Rita a ajudar, o Zico connosco. Sempre foi um bebé calmo, podíamos levá-lo connosco para todo o lado que ele só dormia.

Foi a Rita que lhe pôs o nome. Não conseguia dizer Francisco, dizia Zico. E Zico ficou!

O Zico é o meu GRANDE AMIGO. Sempre foi. É um companheiro, podemos estar juntos horas e horas. Acompanha-me ao futebol, eu acompanho-o nos treinos. Falamos muito. Ele, então, fala pelos cotovelos! Acho que nos temos acompanhado um ao outro, pela vida. Zangamo-nos muito. Eu zango-me muito com ele! Exijo demasiado dele! Exijo responsabilidade, respeito, atenção aos outros, altruísmo. Com isto, acho que lhe roubo um pouco da criatividade que ele tem, da inconsciência, da asneirada constante. E, provavelmente, faço mal. Mas a minha ânsia dele ser independente, responsável, respeitoso e respeitável é tão grande, que esqueço que só faz 7 anos.

O Zico transporta sempre com ele uma áurea de positividade, de alegria que instintivamente atrai os outros. O Zico quando chega nalgum sítio, atrai a atenção. Não sei explicar porquê, é dele.

Aí pelos 3 anos, o Zico vacilou. Queria ser do Benfica. Via o Benfica ganhar, os amigos eram (e são) do Benfica, e o Sporting só perdia. Tornava-se extraordinariamente difícil convencê-lo a ser do Sporting. Sempre reagi mal, muito mal mesmo, a esta sua vontade. Nunca vacilei. Zanguei-me com ele. Lembro-me que estive uns 2/3 dias sem lhe falar, nem olhava para ele. Foram alguns meses de vacilo mas passou-lhe!

Um dia, esse clubezeco de Carnide jogava em Manchester. Logo no início, o Gaitan marca um golo. O Zico vira-se para mim, e diz: «Pai, acho que vamos perder o jogo». E foi aí que tive a certeza que o Zico não escapava mais. Quando o Benfica joga, nós estamos sempre pela equipa contrária! E este sentimento de conjunto, que é nosso, mesmo por uma equipa que não conhecemos, só por jogar contra o Benfica, é delicioso!!!

Ah, ganda Zico! Ainda bem que nasceste e que és como és! Obrigado pela companhia e pela amizade! Parabéns!

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A escolha das escolas

A Rita está a frequentar o 4º Ano e a escola onde estuda só lecciona até ao fim do 1º Ciclo. É, pois, hora de decidir que escola vai a Rita frequentar no próximo ano lectivo.

Desde há algum tempo que praticamente fechamos as nossas opções a 3 escolas. Ontem foi dia de visitar uma delas e de ter uma reunião com a Direcção. É o meu antigo Colégio e, por isso, foi um dia de fortes emoções e de grandes recordações. A Rita gostou do espaço, gostou das pessoas e pareceu-me ter saído de lá satisfeita.

Também por isto, a 4ª feira de ontem foi diferente e não pude ficar com a Teresinha. Ela foi dar cabo das costas da Avó porque só quer colo!

À parte o dia de ontem, nota-se perfeitamente que o stress e a ansiedade são grandes. A dúvida da escola para onde se vai, os exames que têm de ser feitos, o ser posto à prova... tudo isto preocupa a Rita. E a mim preocupa-me a forma como gerir toda esta ansiedade. Volta, não volta, lá vem a Rita perguntar para que escola vai, quando sabe, como vai funcionar. É o sair do casulo onde esteve guardada todos estes anos, e não é nada fácil.

Procuro sempre tranquilizá-la, explicar-lhe que ainda é cedo para decidir mas que as opções estão tomadas. Para uma escola é preciso fazer exames de admissão, para outra não. Mas tudo isto preocupa-a e sinto que é algo que diariamente se vive na escola com os colegas: a ansiedade da preparação para o exame.

Saibamos nós, a Marta e eu, gerir esta situação da forma mais pacífica possível.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A Maria João Lopo de Carvalho foi à escola

A chegada a casa, principalmente às 2a feiras, é sempre uma novidade. Os meninos têm sempre tanto para contar!

Hoje, a Maria João Lopo de Carvalho foi à escola. A Rita ficou interessadíssima, de tal forma que já cravou um livro à Avó:


Resultado da visita? Muitas histórias para contar e outras para ler. Está agarrada ao livro dela! Quanto mais depressa terminar o livro que está a ler, mais depressa começa o novo!


O Zico também cravou uns livros mas a distracção dele é outra. Está fechado no quarto da Teresa, com ela, às escuras, a matar fantasmas!


E isto tudo apenas no 1o dia da semana! Que bom que é chegar a casa com tantas histórias para ouvir!

Obrigado à Maria João Lopo de Carvalho!

domingo, 17 de novembro de 2013

Dia de bolo

A Rita resolveu fazer hoje um bolo. Teimosa - tem a quem sair - disse que não levava fermento.

Resultado?


Bom Domingo!

Mata-piolhos?

Sábado iamos todos no carro, de volta a casa depois de uma visita aos Avós.

No meio da conversa, pergunta a Rita: -"Mãe, qual é o mata-piolhos?". A Marta responde: " é o grande, ah... O gordo, quer dizer, o pequeno!".

A Marta, às vezes, tem disto. É da idade, eu também já me troco todo às vezes. Aproveito sempre estes momentos para entrar no gozo: -"O grande, o pequeno? Claro, já entendi!"

A Rita, pelo meio, volta a fazer a pergunta e eu volto a entrar no gozo. A Marta, para clarificar a coisa, responde que é o polegar. A Rita, já chateada com a conversa insiste na pergunta, já zangada e a levantar a voz: "Mas afinal, qual é o mata-piolhos?!" Aí, zanguei-me eu e levantando a voz, respondi: "Rita, a Mãe já respondeu! É o polegar! Não sabe qual é o polegar? Já aprendeu na escola, de certeza!"

A Rita cala-se. Respira fundo. Já quase a chorar, desesperada mas com calma, pergunta: "Mas eu não quero saber nada disso! Eu perguntei qual é o mal de ter piolhos!!!".

Moral da história: os filhos levam sempre por tabela...

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Toca a acordar!!!

Hoje a Marta acordou os meninos com esta música aos altos berros!

 

E porquê? Porque hoje é dia de concerto dos Azeitonas no Coliseu dos Recreios. E nós vamos os 4!!!

Se conseguir, ainda vos deixo aqui uma foto de todos nós no Coliseu, logo à noite.

Bom fim-de-semana!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Chegaram as notas!

Chegaram as notas das primeiras provas escritas deste ano.

O Zico chegou a casa, meio enfiado... «Acho que o Pai não vai gostar das notas», dizia ele. «Não tive tempo para fazer uma conta!». Vistas as provas, praticamente a única coisa que não teve certo foi essa mesma conta que, diz ele, não teve tempo para fazer. Excelente a Português, Muito Bom + a Matemática (a tal conta que não fez impediu-o de ter Excelente) e a Estudo do Meio já nem sei quanto teve (Excelente?...).

Depois, a Rita. Calma, sem complexos nem tristezas (pelo menos comigo, depois com a Marta é capaz de exteriorizar mais as coisas). 93% a Português, 83,5% a Matemática (com erros idiotas) e a Estudo do Meio e História... Suficiente! Ooops... nunca que a Rita teve uma nota tão baixa!

Mantive a calma. Alturas houve em que me zanguei com ela por causa das notas (daí o Zico ter achado que por não ter Excelente a tudo, eu não iria gostar), agora levo as coisas de forma mais ligeira.

Confesso que não estou preocupado. Acho que sei a razão pela qual a Rita teve má nota a Estudo do Meio e História. Tem de empinar, decorar as coisas, e ainda não conseguiu adquirir um método de estudo que lhe permita apreender toda a informação e, mais do que isso, conseguir entender o que é fundamental daquilo que é mais acessório. Para além disso, não gosta! Detesta as matérias.

Mas há também outro dado curioso no meio disto tudo. A Marta estudou Estudo do Meio com a Rita; eu estudei História. Português e Matemática, ela estudou sozinha. Afinal, quem é que está aqui a atrapalhar?! Ai, estes Pais...

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

4ª feiras passadas

Ao rever uns vídeos antigos, encontrei verdadeiras jóias, de "4ª feiras" passadas. Este é de Setembro de 2008, andava eu a começar o meu Mestrado em Finanças, depois de terminar o Master em Finanças Imobiliárias e já com 1 ano de trabalho por conta própria em cima.



Engraçado... eles já foram bebés! Que saudades! O que vale é que ainda temos a Teresinha para gozar com estas idades.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Foram-se os sapatos!

A Teresinha, agora que já anda e está mais crescida, chega a muitos sítios onde antes não chegava. Por vezes, torna-se complicado gerir aquilo que ela quer mexer, e não pode, aquilo que ela não deveria mexer mas que acabamos por deixar (já é o 3º filho, que se lixe!) e aquilo que efectivamente ela pode mexer.

Aqui há dias, pus-me a (re)ler um dos livros do Brazelton para recordar os hábitos de uma criança da idade da Teresa. Lá pelo meio, ele escrevia sobre o saber dizer "não", ou "não pode" e que os Pais deveriam saber que "guerras" querem ter com o filho. "Às vezes" - escrevia ele - "é melhor mudar as coisas de sítio ou simplesmente arrumá-las nalgum lugar onde a criança não possa chegar para ela não mexer e não haver discussões entre Pais e filho".

Devo dizer que sou contra! Nunca mudamos nada de sítio, mesmo nada! Sempre vi muitos Pais a tirarem tudo da frente para a criança não mexer. Acho que devemos ensinar os nossos filhos sobre aquilo que podem ou não podem mexer. Uma criança, per si, já muda tudo lá em casa, nunca quisemos que mudasse também a decoração! Se for preciso ter uma discussão por causa do comando da televisão, tenho. Sempre tive a convicção que os filhos têm de saber quais são as regras do seu meio-envolvente, por muito pequeno que seja o seu significado. Disse milhares de vezes a palavra não, mas acho que valeu a pena.

Lembro-me que a Rita, na idade dela, também adorava uma coisa: chegar às chaves que encontrava nas portas. A Teresa é igual. E há uma chave que todos gostam de mexer e que está ali, mesmo à mão: a chave do armário dos meus sapatos. Junto ao chão, é fácil de tirar, é um desafio para voltar a pôr.

Outro dia, chego a casa e a chave... cadê? Não há chave! Pedi à nossa empregada para virar a casa para tentar encontrar a chave... nada! Onde é que a Teresinha terá escondido a chave?

Ainda hoje, não sabemos. Talvez um dia, quando tivermos de fazer alguma mudança, a encontremos. Até lá, como nós Tugas somos, acima de tudo, desenrascados, abriu-se o armário "à força", empurrou-se a fechadura para dentro para ficar aberto, e fechou-se com... um papelinho para as portas prenderem uma à outra.

Antes assim do que andar descalço...

terça-feira, 5 de novembro de 2013

La Remontada!

Hoje deixo-vos um vídeo sensacional "roubado" a uma amiga, no Facebook. Curioso que ainda ontem pensava em algo semelhante, do género, o que me faz ter vontade de fazer tudo o que faço num dia? Porque é que não me farto? Não me canso? Caramba... todos os dias, uns após os outros, é acordar, aquecer comidas, pensar no jantar, nas compras, combinar as coisas com a empregada, trabalhar, voltar para casa, dar de jantar, acompanhar nos trabalhos de casa... caramba, dia após dia!

O que me faz não me cansar é uma coisa tão simples quanto esta: voltar para casa! A casa é o meu refúgio,  a minha equipa, onde recarrego todas as baterias, onde jogo todos os dias por puro prazer. A Marta, a Rita, o Zico, a Teresinha, até a própria da Ladi (a nossa empregada) são a energia que permite recarregar a minha bateria. Tudo isto que faço não dá cabo da bateria, antes recarrega-a! São a minha equipa!

Não vejo o meu trabalho de doméstico como um entrave a um maior sucesso profissional, bem pelo contrário. Acho mesmo que é o meu papel de Pai, doméstico que potencia tudo o resto, que me preenche e faz de mim aquilo que sou. É a minha equipa, e nunca, mas mesmo nunca se abandona uma equipa. Esteja ela a ganhar, ou a perder!

Enjoy.

 

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

D. Filipa de Lencastre e seus 6 filhos

Domingo foi dia de estudar História com a Ritinha. A Marta, que não gosta nada, ficou com Estudo do Meio e chutou a História de Portugal para mim. Pus-me a ler os cadernos da Rita. Matéria: D. Fernando e D. João I.

A Rita leu tudo primeiro. Estudou e lá sabia algumas coisas. Eu pus-me a contar-lhe uma história da História que tinha lido. Procuro sempre "dourar a pílula", inventar algumas coisas para aquilo ter mais piada e prender mais a atenção da Rita. E sempre que posso cascar nos Espanhóis, casco!

Pelo meio, aparece a Ínclita Geração - epíteto dado aos 6 filhos de D. João I. Como explico à Rita esta coisa da Ínclita Geração?! Vai disto, e lembrei-me: «Rita, tem de entender uma coisa. Naquela altura, a Corte Portuguesa não tinha maneiras nenhumas. Ninguém sabia comer à mesa, cheiravam todos mal, ninguém tomava banho. Aparece uma Rainha Inglesa - a D. Filipa de Lencastre - com maneiras, a falar bem, com cultura, e a educar os seus filhos dessa forma e com um propósito na vida. Por isso, chama-se Ínclita Geração, porque lhes foi dada elevada educação e todos tinham um objectivo bem definido nas suas vidas. Foram educados para isso.»


Pergunta a Rita: «Oh Pai, e os filhos do D. João I, sabiam comer à mesa?». «Claro!», respondi eu. «E o D. João I, também aprendeu a comer à mesa?». Foi aqui que percebi que talvez tivesse exagerado, o foco da conversa já tinha mudado. Mas pelo menos prendi-lhe a atenção com esta conversa.

Depois, lembrei-me de uma cena hilariante da série dos The Tudors, em que a irmã de Henrique VIII chega à Corte Portuguesa para casar com o Rei Português. Mostrei-lhe a cena para ela ver como na Corte se vestia mal, os Portugueses com barba e bigode, feios, o Rei Português velho decrépito! E a irmã do Henrique VIII a desmaiar com toda aquela cena!

O único "problema" no meio disto tudo é que Henrique VIII reina mais de 100 anos depois de D. João I, e o tal Rei que aparece na cena talvez seja D. João III - estive a rever textos desta série e a cena em causa, ao que parece, é um erro histórico, totalmente romanceado.

Uma mentirinha de nada... a Rita achou imensa piada à suposta D. Filipa de Lencastre a chegar à Corte Portuguesa e a desmaiar perante tanto mau cheiro e tanto mau gosto a vestir! Espero é não vir a ter nenhum recado da Professa a perguntar-me sobre vestes e maus cheiros na Corte Portuguesa...

O Sinhor Dotor

A primeira composição do Zico, o ano passado, foi cheia de conteúdo e significado, ao mesmo tempo que carrega uma marca muito dele: curta e rápida que se faz tarde!


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

A Marta chega a casa

À noite, à hora dos meninos irem para a cama, estou a prepará-los. A Rita lava os dentes, o Zico espera pela sua vez, enquanto eu troco a fralda à Teresinha.

Chave na porta, a Marta entra. O Zico dá um pulo e grita:"Mãe!". A Teresinha, em cima do muda-fraldas, grita: "Mãe!". Contente, feliz, alto e bom som, textualmente. Diz Mãe com todas as letras!

Felizes todos nós por a Mãe chegar a casa!

Sexta feira é mesmo dia de jantar especial

Hoje cada um teve direito a escolher. A Rita quis salada com peito de frango grelhado e doce de morango (sim, a Rita adora salada!). Diz a Rita: "Pai, este passou a ser o melhor jantar de 6a feira!".

O Zico escolheu salsichas com batatas fritas, maionese e ketchup. Guloso! Para a Teresa, sopa e esparguete à bolonhesa. O problema foi quando a Teresinha viu as salsichas com ketchup do Zico...


Em menos de 2 minutos (não estou a exagerar), o prato ficou assim:


E depois, dar o esparguete à bolonhesa. E quem é que a convencia a comer?

Bom fim-de-semana!

Evolução da espécie


Bom fim-de-semana!

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O Clube Pinguim

Aqui há uns 2 anos, mais ou menos, a Rita veio pedir-nos para jogar ao Clube Pinguim (para quem, como eu, desconhece ou conhece mal o que é isto, é questão de ir ver aqui).


Na altura, a Marta registou um Pinguim, navegou um pouco com ela, e achou (e bem) que não deveriam jogar mais. Trata-se de uma espécie de rede social para crianças, onde podem interagir umas com as outras. Problema das redes: nunca se sabe quem está do lado de lá.

«Oh Mãe, mas todas as minhas amigas têm!». «Pois... mas tu não!». E ficou resolvido, da forma como nós tanto apreciamos: é não, e pronto!

Este ano é o Zico. Pressiona, pressiona (bem à maneira dele). Lá lhes fiz um Pinguim a cada um deles. Prometi que ia primeiro investigar e depois logo decidia se podiam, ou não, jogar. Confesso que naveguei uns 5 minutos. Fiquei com a sensação que com o devido acompanhamento, aquilo pode não passar de um jogo como qualquer outro. Se os miúdos se limitarem aos jogos e às actividades, e não se meterem em "socializações", não vejo grande mal na coisa.

E os vossos filhos, jogam Clube Pinguim?

À parte do Clube Pinguim, esta é uma grande diferença entre um 1º e um 2º filho. O mais velho pede, leva um não, refila mas encaixa. Segue em frente. O 2º, leva um não, refila, insiste, volta a insistir. Até pode levar um não mais vai protestar, até conseguir. Tenho a sensação que o 3º leva logo um sim, do género, "está bem, não me chateies!"... lol

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A minha vida é horrível!

Expressão dura, usou o Zico, aqui há dias, enquanto esperavamos pela aula de judo. "Então o que é que aconteceu?", perguntei.

"Há sempre alguma coisa a correr mal na minha vida! Agora a Rita não me deixa levar o MP4 dela para a escola, na 6a feira."

Nota: a Rita tem um MP4 que o Padrinho lhe deu num aniversário. No outro dia, em que o Zico disse ter vergonha de não ter nada para levar para a escola, propus a Rita levar o meu i-pod e emprestar o MP4 dela ao Zico.

Esta vida de criança é dura... Mas vá lá, tudo se resolveu, a Rita emprestou-lhe o MP4 e ele lá foi mais feliz na 6ª feira!

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Sentir-se importante

Mais uma 4ª feira. Estamos só os 4, a Marta está fora em trabalho. Por isso, a Teresa, hoje, teve de ir connosco levar os irmãos à escola.

O olhar dela, ao sair de casa, de cumplicidade, de alegria, de sentir-se importante por sair com os irmãos, pela manhã, é impagável! É qualquer coisa deste género:


Também a Rita se sente importante, este ano. É finalista na escola onde anda. No próximo ano, ao entrar para o 5º ano, irá para uma escola nova.

Ontem foi dia de reunião de Pais. Cada aluno escreveu uma redacção sobre o 4º Ano, e esta foi a da Rita:


Boa 4a feira!

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

As semanadas

Aqui há dias, em troca de mensagens com a minha Prima Alexandra, falamos nas semanadas. Lá em casa, damos semanadas, desde cedo.

Lembro-me que tudo começou, mais ou menos, num dia em que eles me pediram uma guloseima ou um brinquedo qualquer do Pingo Doce. Em vez de lhes comprar, dei-lhes dinheiro e levei-os comigo às compras. O Zico acho que tinha 1 euro, ou assim, a Rita talvez tivesse um pouco mais.

O Zico entendeu rapidamente o conceito. Escolheu uma porcaria qualquer que custava quase 1 euro e percebeu que ficaria sem dinheiro quase nenhum. Não comprou. Foi escolher outra coisa mais barata e que também queria e gostava.

A Rita, igualmente. Olhou, ponderou e comprou umas guloseimas em promoção (género, leve 3 pague 2), ficou toda contente e ainda lhe sobrou algum dinheiro.

A partir daí, começamos a dar à Rita 1 euro por semana. Mais tarde, quando o Zico cresceu, começamos a dar-lhe 50 cêntimos. Ainda hoje são estas as semanadas que lhes damos. As Avós e as Tias-Avós, de quando em vez, dão-lhes algum dinheiro, que eles guardam. Não é pelo valor que recebem, porque muito pouco compram eles com este dinheiro, é sobretudo pelo significado.

Estes são os nossos objectivos com as semanadas: aprenderem o que custa cada coisa que querem, pouparem, saberem contar o dinheiro, serem responsáveis pelo seu dinheiro.

E acho que tem resultado.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O amor da minha vida

Mesmo de férias, eu nunca esqueço o grande amor da minha vida, aquela paixão que nunca perde a chama.

Sempre que me perguntam qual foi o dia mais feliz da minha vida, a resposta é pronta e fácil: o dia em que o Sporting ganhou o campeonato nacional em 2000, depois de 18 anos sem o conseguir fazer! Felicidade total, lunar, estelar!

Este ano, como todos os anos, fomos a Lisboa ver a apresentação da equipa, em plenas férias. O Zico já me acompanha muitas vezes no futebol e este ano tem direito a um lugar só para ele. Temos ainda a companhia do meu afilhado e de um amigo que é praticamente mais um sobrinho que temos. Tentamos nunca falhar um jogo!


O Sporting, para mim, é pura paixão, dedicação, entrega, raiva, choro, alegria. Dá-me todas as emoções que uma pessoa pode ter. É, claramente, o amor da minha vida! Espero que também venha a ser para os meus filhos. Sonho com o dia em que, morto, os veja a receber medalhas de 50, 75 anos de sócio. Seria, para mim, motivo de grande realização! VIVA O SPORTING!!!

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

E 4a feira é também...

Dia de treino de andebol! Boa 4a feira!





A nossa 4ª feira de hoje



Boa 4a feira!!!

As ementas da semana

Normalmente, ao Sábado de manhã faço a lista das compras para a semana toda e vou ao Pingo Doce mesmo ali ao lado de casa. Durante muito tempo fazia as compras pelo Continente Online mas a questão da proximidade começou a ser mais importante que a facilidade e a quantidade de compras, pelo que mudei. Na prática, vou todos os dias ao supermercado, nem que seja para comprar apenas o pão, ao final do dia, para o pequeno-almoço do dia seguinte.

As compras feitas ao Sábado implicam, logo nesse dia, pensar na ementa da semana toda. É importante, para mim, ter isso bem planeado para depois, durante a semana, não estar tão preocupado com o que os meninos comem e se falta alguma coisa na despensa.

Lá em casa fazemos por todos comerem tudo e todos comerem o mesmo. Não há pratos especiais para ninguém, salvo algumas 6ª feiras que às vezes tento fazer alguma coisa diferente ou especial, quer para a Rita e o Zico, quer para a Marta e para mim. Aos fins-de-semana cozinho eu e vou planeando semana a semana, consoante o que mais me apetece fazer.

A ementa para toda a semana é colocada na porta do frigorífico. Assim, é fácil para a empregada: chega de manhã, vê o que é para cozinhar, tira o que tem a tirar do congelador e cozinha. Se tem dúvidas, liga-me. Se é algum prato novo ou alguma coisa em especial, explico-lhe de manhã antes de sair.

Esta preparação da semana, ao Sábado, é ultra-importante para o nosso equilíbrio familiar e para o meu descanso mental durante a semana, podendo assim concentrar-me no trabalho. Mas dá-me cabo da cabeça! Chego a um ponto que já não sei mais o que cozinhar e já vomito o frango assado, a bolonhesa, as almôndegas e tudo o mais!

Durante muitos meses, aqui há uns anos, subscrevia uma revista de culinária. Todas as semanas recebia um exemplar que folheava atentamente e marcava com um post-it as receitas que seriam fazíveis para o dia-a-dia. Ainda as tenho lá todas, já pouco lhes ligo. Hoje em dia, é mais com o i-pad, procurando apps de culinária para ter novas ideias. Mas começam a escassear...

No menu do blog, verão um separador da "Ementa da Semana". Aí, procurarei colocar semanalmente a nossa ementa semanal mas todos estão convidados a participar a dar-me ideias para a nossa comida semanal lá de casa!

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Playstations e Nintendos

Não temos disso lá em casa. Não há playstations, nintendos, wii's, nada de semelhante. Só temos um i-pad, e mesmo esse, não é bem nosso...

O Zico adora jogos electrónicos. De cada vez que vai a casa de algum primo ou amigo que tenha, não larga. Adorar jogar, adora ver jogar. Na verdade, eu sou igual. Sempre gostei de jogar jogos, electrónicos ou não. Investi muitas horas minhas no ZX Spectrum e em PC's. Já casado, deitava-me a altas horas a jogar computador. Deixei-me disso quando nasceu a Rita.

A Marta nunca quis essas coisas lá por casa, eu respeito, e não há. Cada vez me convenço mais que é bom que não haja. Já basta a televisão e o i-pad para cada um estar de olhos agarrados a um device qualquer e não estar a ler, a brincar ou simplesmente a conversar.

Há precisamente 1 ano, ao deitar o Zico, ele diz-me: «Pai, tenho de ter uma PSP ou uma Nintendo. Agora, no 1º ano, às 6ª feiras podemos levar isso para a escola e eu não tenho nada para levar.». Expliquei-lhe que não iria ter nada disso, que não lhe comprava nada. Para além de muito caro, achava que ele não tinha necessidade. Foi uma grande desilusão para ele, porque ele no fundo achava que tinha direito, fazia parte de entrar para o 1º ano da escola. Se todos tinham, ele também teria de ter.

Aqui há dias, vira-se para mim, e diz: «Já sei o que quero nos anos. Quero um MP3 ou MP4.». «Para que é que queres isso?», pergunto eu. «Para levar para a escola às 6ª feiras. Todos têm MP3 ou MP4, ou PSP... eu não tenho nada e tenho vergonha!».

Vergonha... confesso que acertou-me em cheio cá dentro a palavra dita por ele daquela forma. Não vacilei. Expliquei-lhe que não temos de ter vergonha pelo que temos ou o que não temos. Não é o que possuímos que faz o que nós somos e não temos de ter vergonha pelo que somos.

Tenho a certeza que ele não entendeu a mensagem. Acho que não tem sequer idade nem maturidade para isso. Mas nestas alturas, em que duvido sinceramente que a mensagem passa, lembro-me sempre de um conselho que uma pessoa com quem trabalho, mais velha, me deu um dia: nunca desistir de lhes dizer as coisas. Repeti-las até à exaustão. Um dia, há-de entrar.

Hoje em dia, a verdade é que, nós Pais, desistimos facilmente. Damos com facilidade. Tudo para evitar um choro, uma birra, uma desilusão, uma discussão. Facilitamos tudo, protegemo-los de tudo. Não deixamos que os nossos filhos passem por alguma vergonha, alguma tristeza, alguma provação. E eu acho que assim estamos a prepará-los muito mal para a vida.

Lá em casa, não partilhamos disso. Procuramos protegê-los, é certo, mas tentamos não nos "intrometer" nas suas desilusões, nas suas vergonhas, nas suas tristezas. É algo que é bom que aprendam desde cedo porque irão ter muitas durante a vida.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Personalidades

Os nossos 3 filhos têm personalidades muito diferentes: a Rita mais introvertida, envergonhada, menos expansiva; o Zico mais conversador (fala que não pára!), extrovertido, dinâmico, criativo; a Teresinha, apesar de ainda ser cedo, diria que é muito, mas mesmo muito refilona!

Pela forma de ser deles, um ganha numa coisa, outro ganha noutra. A Rita, mais crescida, está cada vez mais ponderada nas escolhas, afável no trato com os outros, toma decisões correctas e equilibradas. Consigo confiar cada vez mais nela. O Zico, mais novo, brincalhão, distraído, ainda não consegue medir determinadas atitudes que tem.

A Rita pede pouco, o Zico está sempre a pedir tudo! Arrisca mais. É natural que receba mais que a Rita, principalmente se me apanha bem disposto, leva o que quer. A Rita pede menos vezes, leva menos também.

Relacionado com este tema, aqui há dias, num Domingo, almoçávamos os 5 em casa, sentados à mesa. Toca o meu telefone, número desconhecido, atendi: «Estou, é a Mãe do Zico?», ao que respondo, «Não, é o Pai...». Enfim, deve ser da minha voz esganiçada, confundem-me com a Marta ao telefone... adiante.

Era a Mãe de um amigo do Zico a convidá-lo para ir brincar nesse dia à tarde. O Zico, em pulgas, saltava da cadeira e perguntava: «Quem era, quem era?». «A Mãe do Guilherme, pergunta se queres lá ir brincar», respondo eu. «Já sabia!», diz ele. «Eu pedi ao Guilherme para me convidar, ele tem uma playstation!»

A lata do miúdo! Sabe que o amigo tem playstation - nós não temos, e será tema do próximo post - e convence-o a ir lá brincar. Já 2 dias antes, tinha recebido um convite de outro amigo para ficar a dormir no fim-de-semana.

Passam alguns dias. A Marta chega a casa ao final do dia, estamos todos juntos na sala, já jantados e de banho tomado. «Não consigo gerir a popularidade do teu filho!», diz ela. «Recebeu mais um convite para ir brincar a casa de um amigo!».

«ZICO!!!!», grito eu! «A quem andas a pedir para ir brincar?!». «Só ao Guilherme, juro Pai!». «ZICO!!!». «Pronto, talvez também ao Tato... e o Francisco... e ao Tobias... É que o Francisco» - o que acabava de o convidar - «tem o filme da Narnia que eu quero ver!»

Que o miúdo tem lata, isso tem! E muitas vezes sai a ganhar com isso. Às vezes é bom sermos assim: desenrascados, sem medo de pedir, pode ser que saiamos a ganhar! E a verdade é que ele jogou playstation e viu o filme que queria ver! No harm done!

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

É 4a feira!

E não é que já é 4a feira outra vez?!

Hoje levamos a Rita e o Zico à escola. A Marta tem aulas. Assim, também saimos cedo e a Teresa adora ir à rua.

Estamos perto, por isso aproveitamos e damos um passeio no Jardim da Estrela. Adora o baloiço, os pombos, os patos, os cães! A Teresa adora ver animais.




Depois de muito brincar, antes de chegar a casa já tinha capotado...

É muito bom ter estas 4a feiras. Quando a empregada chega, ao fim da manhã, vou trabalhar com outra disposição. Mas com pressa de voltar! Até porque ao fim da tarde o Zico tem treino de andebol e eu acompanho-o sempre.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

12:42

Há precisamente 9 anos, pelas 12h42m, nascia a Ritinha. Nesse dia, senti que o meu coração tinha aumentado de tamanho. De forma natural, um bebé que nunca tinha visto, amei-o desde o primeiro momento. E para tal acontecer, não precisei de deixar de amar ninguém. Foi um amor que nasceu, não foi roubado, simplesmente nasceu. Com a Rita, nasceu amor no meu coração.

Sempre foi, sempre será a minha Princesa. Passei muitas horas com a Rita ao colo, à conversa. Desde muito bebé. É algo que faço com todos os meus filhos que rapidamente começam a entender tudo aquilo que lhes digo. Falo-lhes normalmente, de tudo. Rapidamente percebem tudo o que se lhes diz.

Na altura, ainda trabalhava numa empresa. Fazia o esforço de ir cedo para casa. Durante muito tempo, a Rita só conseguia fazer a sesta do final de tarde quando eu chegava pois só ao meu colo é que ela acalmava e dormia aquela meia-hora antes do jantar.

Desde cedo entendi que qualquer filho tem, em sentido literal, uma relação umbilical com a Mãe. Se eu quisesse ter uma relação próxima com os meus filhos, tinha de os ter junto a mim e teria de fazer tudo, ou mais, que uma Mãe faz. O primeiro banho da Rita, fui eu que dei. A primeira fralda, fui eu que mudei. O cordão umbilical caiu quando eu mudava uma fralda. O primeiro biberão, dei eu. A primeira papa, também. De noite, ficava eu acordado. Sempre partilhei tarefas, em tudo. Ainda hoje recordo as noites maravilhosas que passei com a Rita ao colo a dar-lhe biberão. Fosse às 4h, 5h, 6h da manhã, era para mim um prazer. E não estou a exagerar!

A Rita já está crescida, já não é "o meu bebé". Tem outros gostos, outras vontades, outros desejos. É apaixonada pela Mãe - e eu adoro isso! - e a nossa relação é hoje muito diferente. Faz parte do crescimento, de ambos. Mas se eu não tivesse investido as horas todas que investi com a Rita, quando ela era bebé, também não teria o que tenho hoje.

Hoje, de fonte segura, posso dizer que os meus filhos foram e são o meu maior e melhor investimento. Todas as horas que com eles passei, todas estas minhas 4ª feiras, são de uma recompensa que rebenta com qualquer escala de análise de investimentos.

Parabéns minha Ritinha!

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

DÁÁÁÁÁÁÁÁ!!!!!

Basicamente, é tudo aquilo que a Teresinha sabe dizer. Mas chamo a atenção que sabe, e sabe muito bem! Sabe bem o significado da palavra "dá", usa-a de forma veemente e assertiva, sem nunca deixar qualquer margem para dúvidas.

Lá do fundo dos seus pulmões, de 5 em 5 minutos, sai um vigoroso "DÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!!!!" e qualquer um de nós, a primeira coisa que faz é... dar! Logo, rápido, antes que volte a gritar!

Se me dissessem que eu iria ser pai do novo Fuhrer encarnado em criancinha, fêmea... não acreditava! Temo que o 4º Reich esteja em formação lá em casa... medo!!!

Felicidade

Encontrei este vídeo no mural de um amigo meu no Facebook. Trata-se de uma entrevista de Jô Soares a um Professor brasileiro. Nessa entrevista, o entrevistado define, na perfeição, o conceito de felicidade.

Muitos me perguntam se não sinto falta do ambiente de trabalho numa empresa, de falar com pessoas. Respondo sempre que não. Falo com muitas pessoas, todos os dias, interajo bastante. Não é o ambiente de uma empresa que me faz falta. Adoro o que faço, como faço, e isso faz-me feliz. Não quero nunca sair deste meu palco.

Depois, outros olham-me desconfiados quando falo da nossa opção familiar, de eu ficar mais tempo com as crianças, de gerir a casa, interagir com a empregada doméstica, tratar das compras, etc., e da Marta ter mais tempo para o trabalho. Não há que desconfiar. É outro palco que não quero abandonar.

Todos os meus momentos dão-me aquela pujança porque é nisto que acredito. E este Prof. explica na perfeição o porquê. E também acordo muito mal-disposto de manhã!


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Mais um jogo

Mais um fim-de-semana que passou, mais um jogo no nosso belo Estádio de Alvalade.

Há 2 meses atrás, aderi a uma campanha do Sporting, na qual cada sócio que pagasse 1 ano de quotas em adiantado, teria direito a uma camisola oficial. Depois de muitos e-mails e telefonemas, lá recebi as camisolas, 4 ao todo! Uma para mim, um equipamento completo para o Zico, com direito a assinatura do Diego Capel, uma para o meu afilhado Gonçalo e outra ainda para a Rita.

A Rita não liga nenhuma. Pura e simplesmente. Não gosta de bola. Quando era pequena, adorava o João Moutinho, mais do que o próprio Sporting. Cresceu, aprendeu o que é uma "maçã podre" e desligou do futebol.


Mas este fim-de-semana quis vir connosco. Inebriada pelo espírito leonino, camisola vestida, a olhar para toda a família vestida de verde-e-branco, decidiu que queria ir connosco para a bola!

Teve direito a tudo aquilo que o Zico também tem em dia de jogo: coca-cola com batatas fritas e uma bifana nas roulotes; 1 chocolate depois de entrar no Estádio; mais qualquer coisita ao intervalo.

Em dia de jogo, comem o querem, bebem o querem e fazem o que querem. Só há uma regra: casa-de-banho só antes do jogo e no intervalo que eu não saio do meu lugar para levar ninguém a fazer xixi!

Adiante... corriam já 30 minutos de jogo. O Sporting já estava a ganhar (portanto já se tinha ouvido algum barulho, cerca de 30 mil pessoas a gritar, estão a ver), e a Rita vira-se e diz: «Pai, é quem contra quem?»

Parei, respirei fundo e respondi-lhe: «Rita, estamos no nosso Estádio, portanto é o Sporting». E ela: «Sim, está bem, e os outros, quem são?». «Rio Ave», respondi eu.

Portou-se lindamente. Nem sei se alguma vez olhou para o jogo. Não ligou nenhuma mas nunca me disse sequer uma vez que ou estava aborrecida, ou que queria ir para casa... nada! Aguentou, perguntou quem é que jogava e esperou pelo fim. E no fim, lá confessou que, em princípio, não quer voltar!

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

As actividades desportivas

Esta semana foi um "lufa-lufa". Andei com os 2 mais velhos a experimentar algumas actividades desportivas para podermos escolher uma, em horários compatíveis para os dois. Escolher a actividade, trocar cartões de acesso ao ginásio, buscar os meninos à tarde, todos os dias. Ao mesmo tempo, eu próprio tenho de treinar, trabalhar... num dia, fui a correr até ao ginásio e voltei. Foi a única forma de encaixar as 2 coisas: o meu treino, e o treino deles!

A Rita já faz ginástica acrobática há 2 anos. O Zico jogou 2 anos de futebol. Este ano, optamos por mudar a actividade do Zico, para poder experimentar outras coisas. Sou eu também a convencer-me que há mais alguma coisa para além do futebol (duvido, mas enfim... lol). Mais a sério, é importante eles poderem experimentar desportos diferentes.


A Rita tinha a vontade de começar a competir, depois de 2 anos de formação. Nós, Pais, achamos que ela tem jeito para a coisa. Experimentamos 2 aulas diferentes. Em ambas, não foi aceite. Eu estava mais nervoso que ela, assisti às 2 aulas, uma delas que durou mais de 2 horas. Custou-me ver as limitações da Rita, perante outras ginastas bem mais apuradas. Só Mãezinhas à minha volta, umas um tanto histéricas a ver as filhas, também elas, a serem rejeitadas.

Num Clube de competição, percebo perfeitamente. Só podem competir as melhores. A verdade é que a Ritinha não é uma das melhores. Tem jeito, gosta e devemos incentivar esse gosto pela ginástica. Mas não chega para competir.

Ela reagiu bem, não se mostrou desiludida. Acho que, lá no fundo, também sente que não está preparada e é mais fácil optar pelo seguro. A Rita tem muito disto: raramente sai da sua zona de conforto. Por muito que puxemos por ela (mais a Marta, é verdade).

Já o Zico, este ano vai experimentar o judo. Combate, choque físico, não fugir às adversidades, não fugir ao confronto. É isso que procuramos para ele (mais eu, é verdade). Além disso, acho fundamental ele continuar a experimentar jogos de equipa com bola. É rapaz e isso faz-lhes falta.


Vai disto, experimentamos ontem o andebol do Sporting. Primeiro treino, primeiro contacto com a bola na mão, e não nos pés. Saber correr, saber driblar, rematar à baliza em suspensão. Ele divertiu-se!

Mas, sobretudo, lidar com um ambiente completamente diferente daquele a que está habituado. Clima diferente, pessoas diferentes de nós, com enquadramentos sociais completamente diferentes. Com o devido acompanhamento e supervisão, é capaz de correr bem. A ver vamos...

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Primeiro dia de escola

Iupi! Viva! Urra!

Conheço muitos pais que dão gritos de alegria pela escola recomeçar. É a volta à rotina, ao descanso, deixar de ter os filhos em cima.

Entendo perfeitamente esse sentimento. No entanto, acho que nunca o senti de forma tão aguda, tão acentuada. Nem depois de umas férias - sim, as férias para os Pais é uma coisa cansativa - nem num recomeço de aulas. Já me habituei aos recomeços, às paragens. Esta nossa opção de gestão familiar faz com que tenha de mudar rapidamente o "chip" e, se calhar por isso, já me habituei às mudanças de ritmo.

Engraçado é olhar para as reacções de cada um deles: a Ritinha, nuns nervos, desejosa de voltar. Voltar para a sua rotina, voltar para as amigas, voltar para as brincadeiras de escola, voltar para aprender. O Zico? Canta no carro, a caminho da escola: «É quase fim-de-semana, é quase fim-de-semana!». É tanta a vontade que só bufava no dia anterior: «Buf... amanhã já é dia de escola...».

Nestes reinícios, procuro estar mais disponível. Não chegar tão tarde a casa, não ter reuniões marcadas, acudir qualquer stress. Para eles, como era para mim quando era miúdo, estes recomeços são enervantes, excitantes, stressantes. Acho importante conseguir estar um pouco mais disponível para os ouvir contar as suas primeiras aventuras. Depois, tudo volta ao normal.

sábado, 31 de agosto de 2013

O Rapaz da Corneta

Vou sempre à bola com o melhor companheiro que podia desejar. Mas às vezes, esqueço-me que só tem 6 anos.

Hoje é dia de Sporting-Benfica. Estou à espera deste jogo há já algum tempo. Tenho a certeza que vai ser um ambiente fantástico, como há muito não vejo em Alvalade.

Este ano, o Zico tem GameBox. Sempre que for possível, acompanhar-me-à e terá o seu lugar, sentado, só dele.

Hoje vai comigo. É o seu primeiro derby. Depois de alguns minutos nas roulotes, a comer batatas e bifanas e a beber uma coca-cola, reparo que está atrapalhado. É muita gente! Muito barulho. E ele não gosta.

Pede-me várias vezes para irmos para o Estádio. Recuso. Pede-me colo, digo que não. Ele sabe que para estar comigo no Estádio, tem de ser crescido mas hoje nem que se "esticasse" muito, ele iria lá chegar.

Há meses que me pede uma corneta. Sempre recusei. Nunca fui fã de brinquedos barulhetos, género tambores, baterias e cornetas. Mas hoje, perante a importância do jogo e pelo facto de me ter apercebido que ele estava atrapalhado, comprei. Achei que seria um conforto para ele e, assim, ficaria mais à vontade.

À entrada do estádio, tiraram-lha! É proibido levar cornetas para dentro dos estádios em Portugal. Por muito que eu tentasse convencer o segurança, não havia maneira. Tivemos de entregar a corneta.

Chorou! Chorou muito. Dezenas de pessoas mostraram-se indignadas, aproximavam-se e perguntavam o que se passava. «Devolve lá a corneta ao miúdo, pá!», gritavam.

Um Sportinguista aproximou-se, perguntou-me porque chorava o Zico, e eu expliquei-lhe. «O quê?! Eu resolvo isso», disse. Passado nem um minuto, voltou e disse-me: «Está resolvido». Logo depois apareceu um segurança a devolver a corneta ao Zico. Esse Sportinguista apenas me disse isto: «Já fui supervisor deste estádio. Apenas disse ao segurança que se ele queria ficar com a corneta do miúdo, a seguir teria de ir comigo revistar as claques todas!».

Não podemos buzinar, mas mantivemos a corneta! À saída, depois do jogo, a primeira coisa que me perguntou, foi: «Já posso apitar a corneta?». «Claro que sim», respondi.

E lá foi o Zico, a apitar a corneta, na rua, no metro - como ele gosta de ir à bola de metro! - e em casa, baixinho, que a Teresinha já dormia.

Obrigado a esse Sportinguista e ao Sporting por nos dar todas estas emoções! VIVA O SPORTING!!!

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Mudança de casa

Em Julho, desde 2007, que nos mudamos de casa. Eu e os meninos. A Marta fica em Lisboa a trabalhar, indo ter connosco aos fins-de-semana. Por vezes fica a dormir connosco durante a semana, fazendo a viagem de carro de manhã e à noite. Este ano, sorte nossa, vai e vem todos os dias!


Felizmente para mim, posso trabalhar em qualquer lado. A não ser que tenha reuniões agendadas, posso perfeitamente trabalhar fora de Lisboa. Os meninos adoram ir para casa da Avó: têm praia, piscina, primos para brincar. São as verdadeiras férias em família, daquelas que guardamos para sempre. Eu próprio ainda hoje me lembro bem das férias no Ferrel com os meus irmãos, primos e Tios.

A rotina é simples: praia de manhã, piscina à tarde. De manhã, acompanho todos à praia, filhos e sobrinhos. À tarde, ficando em casa, recolho-me e trabalho um pouco. Assertividade e eficácia são um must para em apenas meio dia de trabalho conseguir fazer o mesmo que um dia inteiro.


O ano passado, o Zico experimentou ter umas aulas de surf. Saiu-se bastante bem mas ao fim de 3 aulas, fartou-se. Este ano está a pedir, de novo, para experimentar.

Há uns anos atrás, marcamos presença nas construções na areia do DN. Até fomos entrevistados, tal era o tamanho da nossa prol, que impressionou a jornalista. Fomos foto de jornal, e tudo!


Acho que são semanas inesquecíveis para todos. Eu faço o esforço de estar sempre presente nesta altura e poder acompanhá-los nestas férias, se bem que parte do tempo tenho de trabalhar e ocasionalmente tenho de ir a Lisboa. Mas todos adoram, de tal forma que ficam desejosos de vir e nunca querem ir embora.

Infelizmente, este ano só consegui ficar uma semana. Os meninos tiveram a sorte de ficar quase 3 semanas, com a Avó, primos e Tios. Quem ficou a "perder" foi a Teresinha que teve de voltar comigo para Lisboa. Mas enquanto lá esteve, divertiu-se muito!

Alguns amigos meus "gozam" com o facto de eu tirar mês e meio de férias. Apesar de trabalhar para isso, não é verdade. Grande parte deste tempo, estou a trabalhar e os meninos estão de férias. As minhas verdadeiras férias são bem mais curtas. Mas é óptimo conseguirmos ter isto. E trabalhamos todo o ano para isto, a Marta e eu. Trabalhamos para conseguir dar tudo isto aos nossos filhos. E, claro está, temos muita sorte de ter os Pais, irmãos e sobrinhos que temos que tanto nos dão e tanta companhia fazem às crianças!