quarta-feira, 24 de julho de 2013

Reencontro

Este ano, pela primeira vez, deixamos os 2 mais velhos num campo de férias durante uma semana.

A Marta estava muito apreensiva. Tinha (naturais) dúvidas sobre o "outcome da coisa". Eu tinha uma (quase) certeza que iria ser um "tiro certeiro".

Foi na mouche. A Rita, que nunca fala, nunca conta nada das suas experiências, passou o Sábado a falar sem parar. Contou tudo!

Os 2 adoraram a experiência e vão querer repeti-la com certeza. Já me perguntaram várias vezes se podem voltar para o ano.

Depois de uma semana separados, o reencontro foi muito bom. A Teresinha ficou feliz. Não largou os irmãos. Deu-lhes a mão. Agarrou-se-lhes ao pescoço. E eu agarro-me à convicção de um "trabalho" bem feito.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Milhões numa panela

Em Junho ficamos sem empregada. De um dia para o outro. Voltados de um fim-de-semana alargado no Algarve, tive de ficar em casa com a Teresinha. Havia tudo para fazer: camas de lavado, limpeza da casa, compras de supermercado, comida para os cinco. Até conseguirmos arranjar uma empresa, passaram 4 semanas. Fiquei todo esse tempo em casa, com a Teresinha, com os meninos ao fim do dia, e a ter de tratar de tudo em casa. Foram semanas fantásticas mas o trabalho ficou, naturalmente, prejudicado.

No meio de choros e birras de fim de dia, os mais velhos a voltar da escola, panelas ao lume a fazer o jantar, toca o telefone. Suspeitei logo o que seria, um telefonema que já estava à espera de um potencial contacto de trabalho. Era mesmo!

Com a ajuda da Rita, a tomar conta da Teresinha, jantar ao lume, mexer a comida para ficar no ponto, ao mesmo tempo que falava ao telefone, lá consegui ter uma conversa profissional sobre como rentabilizar umas quantas dezenas de milhões de euros de imobiliário para um grande Grupo Nacional.

Quem disse que não se pode ser doméstico e trabalhar ao mesmo tempo?!

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Como tudo começou

Março de 2007. Estava há quase 2 anos na empresa do meu coração. O sítio onde conheci a Marta e onde começamos a namorar. Tinha voltado em Junho de 2005, com 31 anos feitos, pronto para pegar na empresa e dar-lhe uma volta de 180 graus.

Tinham sido quase 2 anos extenuantes, do ponto de vista psicológico. A Rita, a nossa filha mais velha, tinha já 2 anos e meio e preparava-se (ou melhor, nós é que nos preparávamos) para ir para a escola em Setembro. A Marta tinha terminado a sua licença de maternidade, depois do nascimento do 2º, e tinha-lhe sido comunicado que iria ser transferida para outra área de negócio da empresa, muito mais exigente. Ia ter muito menos disponibilidade. 

Uma noite, nesse Março de 2007, estava sozinho em casa à noite. A Marta estava fora em trabalho. A fazer zapping, paro no programa da Oprah. A entrevistada era uma tal de Rhonda Byrne, autora de um livro intitulado "O Segredo", que na altura estava a ser um enorme sucesso.

Ao ouvi-la, tive uma epifania! Eu, que nunca fui dado a estas coisas - sou muito mais terra-a-terra - fiquei a pensar naquilo. De imediato decidi que me iria despedir, voltar a estudar - algo que não fazia desde o fim da licenciatura em Gestão em 1998 - e assim teria tempo para acompanhar a mais velha no início da escola. Pelo meio, tentaria começar a trabalhar por conta própria e depois... logo se via!

A Marta concordou. Os meus Pais ajudaram.

Um à parte: quando expliquei ao meu Pai o que pretendia fazer - despedir-me, estudar e começar a trabalhar por conta própria - só me lembro de ele me dizer: «Então agora que o imobiliário acabou, mais ninguém vai voltar a comprar casa, é que tu te vais despedir?! Tu é que sabes... olha, ofereço-te um fax para começares a trabalhar.». Para o meu Pai, poder estar em contacto com o Mundo, significava ter um fax! Delicioso! Guardo para sempre esta história!

Voltando à conversa inicial, tudo correu como calculado. Fui aceite no curso que queria tirar; comecei a trabalhar com 2 clientes - um deles, ao qual estarei eternamente agradecido, uma outra epifania (na verdadeira acepção da palavra!) que contarei noutra oportunidade - e as coisas foram andando.

Em Setembro de 2007, já me tinha demitido, estava a começar a estudar e a escola da Rita começava.

Passados quase 6 anos, a aventura tem sido fantástica, fenomenal, deliciosa! Inúmeras "quartas-feiras" que não trocaria por nada deste Mundo!