quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

7 coisas que um 3º filho nos ensina

Ou o título também poderia ser "O que deixamos a Teresinha fazer, que nunca deixamos os outros".

E porquê 7? Porque foi o que me lembrei, não compliquem!

Enfim... vamos lá à lista.

1) É bom comer com as mãos

Sim, é verdade, a Teresinha ensinou-me que comer com as mãos, ficar toda suja, sujar tudo à volta dela, é saudável, higiénico, faz crescer e torna-a ainda mais independente. Qual é, afinal, o problema dela mexer no cabelo ou esfregar a cara com um bom pedaço de massa com molho nas mãos?! Com os outros 2 mais velhos, não sei porquê, via um problema nisto. Comer com as mãos?! Nem pensar!

2) É permitido fazer birras em público

Outra coisa importante e que eu não sabia. Não tem qualquer problema uma boa birra no meio da loja ou do café, com toda a gente a olhar para nós. Ela nem é minha filha, sequer! Aqui está uma coisa impensável com os 2 mais velhos. Ou melhor, 2 coisas! Primeiro, eles nunca fariam uma birra em público; segundo, eu nunca deixaria! Mas com a Teresinha, é normal, não tem qualquer problema... no pasa nada!

3) Não há alimentos alergizantes

Essa coisa de alguns alimentos serem potencialmente alergizantes, digo-vos, é um mito urbano! Chocolate, morangos? Nã! Nada disso! Fazem muito bem à saúde e a Teresinha já comeu de tudo! E nunca lhe vi nada que se assemelhasse a uma alergia. Isso é coisa de meninos... ou de Pais de 1 ou 2 filhos...

4) Gritar faz bem aos pulmões

Quem diria? Quem diria que gritar faz bem? Mas é verdade, faz, e a Teresinha também nos ensinou isso. Não tem mal nenhum andar aos gritos e aos guinchos, seja em que sítio for. Aumenta a caixa toráxica, só dá mais oxigénio aos pulmões! A Teresinha grita que se desunha, coisa que os outros dois nunca fizeram.

5) As meninas não precisam de usar gancho no cabelo

A Marta bem que tenta, mas está difícil.. a Ritinha era toda ela ganchinhos, lacinhos... uma Princesa! A Marta põe um gancho na cabeça da Teresa e... gritaria! Arranca o gancho dos cabelos. NÃÃÃÃÃO! A Marta volta a tentar, a Teresa volta a tirar. A Marta range os dentes, tenta mais uma vez, a Teresa rosna-lhe e... sai à rua sem gancho! Desistimos!

6) Os filhos mandam mais que os Pais

Sempre tive controlo sobre os meus filhos. Sempre me obedeceram. Sabem que é o Pai quem manda. Menos a Teresinha... resmunga, faz cara feia, grita, diz NÃO, enfim... desafia-me! Passou a mandar mais cá em casa do que eu.

7) Pode-se brincar com o telefone cá de casa

Telefones, comandos, tudo era dantes item proibido. Criança não tocava. Com a Teresinha, aprendemos que não é bem assim e que afinal o telefone cá de casa até pode servir para ela brincar e pode gerar momentos de belo prazer, fundamentalmente, de descanso (para os Pais, está claro!). Ficamos foi com um problema... o telefone avariou-se! Porque terá sido?!

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

As 2 coisas que o Zico nunca esquece!

Hora do jantar. Estamos todos à conversa. Vai disto, e diz o Zico:

«Pai, há 2 coisas que nunca esqueço na minha vida.»

«O que é Zico?», pergunto eu.


«O Sporting ter perdido a taça, na final contra a Académica» (fomos ver este jogo ao Estádio do Jamor, apinhado de gente aos empurrões, sem quaisquer tipo de condições), «e aquele dia, ao jantar, em que a comida era canja, e eu em vez de pegar na colher, peguei no garfo!».

What?! O Sporting perder a Taça de Portugal para a Académica, e a canja a ser comida por um garfo são as coisas que ele nunca esquece?! As coisas que este rapaz se lembra...

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A diferença de ser Mãe

Ou, pelo menos, uma delas.

Manhã de 5ª feira. Nos últimos dias, a Teresinha acorda com um mimo brutal, daqueles que nunca mais acaba. Vou buscá-la à cama, pego-lhe ao colo, ela encosta a cabeça no meu ombro e não desgruda mais.

Nota: isto não é muito normal na Teresinha. Enquanto que os outros dois, quando eram pequenos, ficavam imenso tempo na "ronha" e no mimo depois de acordarem, a Teresinha sempre saltou da cama e detesta estar no "bem-bom".

Voltando à 5ª feira. Com a Teresinha ao colo, grudada em mim, torna-se difícil arranjar a comida dos meninos, para levarem para a escola. Passei-a à Marta. Gritaria, gritaria, gritaria. Birra das grandes! «Pai, Pai, Pai», gritava a Teresinha!

A Marta tentou de tudo. Distrai-la, brincar com ela, mas a gritaria continuava. A Marta aguentou. Mãe aguenta!

Confesso-vos que não teria tido metade da paciência que a Marta teve. Nunca se zangou, não lhe ralhou, não levou a peito aquela birra matinal. Aguentou firme, mudou-lhe a fralda, ficou com ela ao colo até a Teresinha "se soltar" e voltar para perto de mim.

Qualquer Pai, que diariamente chega tarde a casa, que vê os filhos pouco tempo durante a semana, ter-se-ia facilmente fartado com uma birra daquelas. A Marta, não. A Mãe, não!

(Também) por isto é que eu não sou Mãe, não quero ser Mãe nem nunca serei Mãe. Nem a Marta será nunca Pai nem nunca exercerá o papel de Pai. Nós não trocamos de papéis e acho que temos muito orgulho e gosto nos papéis que desempenhamos. Não é por eu estar mais presente na vida deles que os papéis se invertem.

Mesmo para uma Mãe que esteja mais ausente, que não tenha a mesma disponibilidade que outras Mães para acompanhar os filhos, não julguem nunca que, por isso, deixaram de ser Mães. O vosso papel de Mãe não é transferível. Não é possível! Ser Mãe é bem diferente de ser Pai, mesmo em situações em que a Mãe está menos presente do que o Pai.

Por isso, Mães, não se sintam culpadas por terem de trabalhar ou por estarem mais ausentes. Nunca ninguém neste Mundo vos tirará esse gosto, esse prazer tão especial de ser Mãe. Nem mesmo um Pai!

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Entender o que é importante

Na 3ª feira, a Rita perdeu os cromos todos que tinha da caderneta da Violeta. Os que tinha para trocar, os que estavam já reservados para as amigas, os que tinha conseguido trocar e ia colar.

Realizou que os tinha perdido, à noite, antes de ir para a cama, quando a Marta chegou a casa. Chorou, chorou, como se o Mundo dela estivesse prestes a terminar. Na verdade, ter perdido aqueles cromos foi algo importante na vida da Rita, naquele dia. Acontecimento duro, triste, pesaroso. Depois de algum conforto, algum mimo, é questão de relevar o assunto.

A Rita ainda tinha esperança que tivesse deixado cair os cromos no meu carro. No dia seguinte, pediu-me para ir confirmar. Era 4ª feira, a Marta é que os levava à escola. Portanto, só ao final do dia é que a Rita saberia se os cromos estariam, ou não, no meu carro. Não estavam...

Comprei-lhe carteirinhas novas para atenuar aquela tristeza. Quando cheguei a casa ao fim da tarde, a primeira coisa que ela me perguntou foi pelos cromos: «Estavam no carro, Pai?». «Não, Rita», respondi eu.

Levei a mão ao bolso, tirei 5 carteirinhas que lhe tinha comprado, e dei-lhe. Ela fez um sorriso de orelha a orelha e abraçou-me. Consegui, assim, atenuar aquela tão grande tristeza.

Mas que interesse tem toda esta lenga-lenga destas tristezas que os nossos filhos recorrentemente têm? Simples.

Eu nunca teria tido esta atitude com o Zico. O Zico é irresponsável, distraído, perde sempre tudo. Na escola, no carro da Avó, nos treinos... em todo o lado! Por isso, nunca teria recompensado o Zico com carteirinhas novas. Antes, ter-lhe-ia dado mais um raspanete e um "banho de responsabilidade".

Às vezes, sou "acusado" de ter tratamento diferente para com os miúdos, sejam filhos, sejam sobrinhos. Respondo sempre que não é verdade. Não é verdade porque o amor é exactamente o mesmo. Dando um raspanete ou um mimo, o amor é exactamente o mesmo. Simplesmente, acho que cada um deles precisa de uma resposta diferente e de uma atitude diferente da minha parte.

Enquanto que a Rita é responsável, atenta, calma e, muitas vezes, aquilo que precisa é de um mimo, de um carinho, já o Zico é distraído, irresponsável e um verdadeiro "cabeça no ar", precisando é de alguma dose de responsabilidade.

Enquanto Pais, Tios, enfim, educadores, acho que é fundamental entendermos o que é importante na vida deles, o que eles dão valor, quais são as coisinhas pequenas que se tornam grandes na vida deles. Mas também é muito importante procurar perceber o que devemos nós dar em troca em determinados momentos. Uns precisarão que lhes passemos a mão pelo cabelo, outros se calhar precisarão de um belo raspanete.

Tenhamos nós essa capacidade de distinguir!

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A dependência de uma empregada

A nossa organização familiar requer uma empregada. A Marta trabalha de sol a sol. Eu levo os meninos à escola de manhã - menos às 4ª feiras! - de volta em volta vou buscá-los, duas vezes por semana levo-os aos treinos. Pelo meio, trabalho. Há que ter alguém em casa para tomar conta da Teresinha e fazer todo o serviço doméstico.

Já tivemos várias empregadas. É raro durarem mais de 1,5, 2 anos. Conseguimos ter já uma que apenas durou 1 dia, outra apenas 2 dias. Umas boas, outras de fugir! Tivemos de tudo! Deixar os miúdos em casa com uma empregada é um risco.

Nunca temos total certeza sobre a pessoa com quem os deixamos. Para nós, é uma opção. Não queremos que eles vão para a escola antes dos 2-3 anos. Os 2 mais velhos só foram já perto do 3º aniversário. A mais nova, com ano e meio, continuará em casa, pelo menos mais 1 ano lectivo. É preciso engolir bem os gritos da manhã quando a Teresinha percebe que todos vamos sair. É preciso entender a chantagem que representa, e não pensar que está a sofrer.

A verdade é que estamos totalmente dependentes delas e quando elas o percebem, aproveitam-se. Mas com a organização que temos, seria complicado viver sem uma. É sempre possível, obviamente, mas implicaria uma alteração total da nossa organização e rotina familiar.


Chegamos a ter uma empregada, já não me lembro como se chamava (Catarina?) que esteve lá 2 semanas. Era boa empregada, simpática, boa apresentação, cozinhava bem. Ao fim de 2 semanas, arranjou uma desculpa qualquer e pôs-se a andar. Mais tarde vim a saber que quis ir embora porque achou que eu era muito exigente. Isto porque, um dia, perguntei-lhe se tinha limpo a sala, ao que ela me respondeu que sim. Fiz o "teste do algodão": passei o dedo por cima da estante e... voilá! Pó que não acabava mais. «Limpou mesmo? Para a próxima tem de limpar melhor!»


Isto é ser exigente? Eu acho que não! É a nossa casa, nós queremo-la limpa e arrumada. Então nós que lá em casa gostamos de ter sempre tudo arrumado e organizado - a Marta colocou post-its nos cestos da roupa suja para as empregadas nunca mais falharem no cesto da roupa branca e da de cor!

É difícil conviver com uma empregada. Estabelecer os necessários limites, deixar bem claras as "regras do jogo", tudo numa boa convivência sem a relação se deteriorar. E confiança, confiança acima de tudo!

Felizmente, hoje temos a Ladi. Não sei quanto tempo lá ficará, espero que muito. É queridíssima com a Teresinha, acho que gosta mesmo muito dela. É uma pessoa calma, simpática, não se faz notar. Faz o trabalho o melhor que sabe. Não é uma "emprega de de mão cheia" mas gostamos muito dela!

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Hoje é dia do Valentim!

E não é do Loureiro! É mesmo do São Valentim. Vulgo, dia dos namorados.

Logo de manhã, entreguei umas bolachinhas em forma de coração à Rita e ao Zico, para levarem para a escola, e à Marta para levar para o trabalho. Um lanchinho a cada um para ajudar a passar o dia. A Teresinha terá de esperar pelo fim do dia.

E o meu outro grande amor, paixão de uma vida, terá de esperar pelo dia de amanhã. Não, não se assustem... é que o Sporting só joga amanhã!

Bom dia de São Valentim a todos!


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Visita à RTP

Aqui há dias, o Zico foi fazer uma visita à RTP com a escola. Gostou imenso, viu como se dobravam os desenhos animados e veio bastante animado.

Por lá, fizeram um vídeo que o Zico trouxe para casa. O vídeo consistia em os miúdos, todos juntos, serem filmados com um cenário digital por trás, que ia mudando com frequência. Um microfone ia passando, de mão em mão, para cada um deles se apresentar.

Invariavelmente, cada criança, quando lhe chegava o microfone, dizia o nome, a idade, e depois dizia qualquer coisa do género: «Tenho uma irmã de quem gosto muito», ou então «Eu tenho um coelho». Estão a ver, não é? Coisas importantes na vida de cada uma daquelas crianças.

Chega ao Zico, ele pega no microfone, e com maior naturalidade e descontracção, diz: «Olá, eu sou o Francisco e gosto de abanar o rabo.». Dá para acreditar nisto?! Então os miúdos falam dos animais, da família, até do Benfica, e o Zico diz que gosta de abanar o rabo?!

Nem sei bem o que vos diga. Não acho que tenha sido má criação do miúdo, sinceramente. Ele nem disse aquilo com ar gozão nem provocador. Para ele foi natural. A verdade é que o Zico gosta de arriscar. É mais criativo. Tem atenção aos pormenores. Em lado nenhum onde vá, se sente inferior aos outros. Tem facilidade em se destacar. Naturalmente, concentra atenções nele. 

Enquanto Pai, acho que tenho de fazer um esforço para não lhe cortar esta veia mais criativa, mais irreverente, mas sem deixar que se cruze aquela linha, ténue, que existe entre a graça e a falta de educação.

Digo-vos, não é fácil...

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

As 4ª feiras dos outros: Longe mas Perto

Passou um ano. Um ano desde que lhes disse até já enquanto o meu carro se ia afastando da janela da casa onde eles moram agora com a Mãe.

Sou Pai separado mas sempre fui um Pai presente. Foi uma promessa que eu fiz à minha Mãe quando era novo (não importa porquê): prometo que quando for Pai, vou estar sempre presente e vou fazer tudo para que tenha a melhor relação possível com eles. Lembro-me de ter dito isto à minha Mãe (talvez não nestas palavras) como se fosse hoje.

Tenho cumprido? Sinceramente, sim! Tenho cumprido. Não porque fiz a promessa, apenas porque quero e porque não conseguiria fazer de outra forma.

Estar longe deles é duro. Nada, nenhuma palavra nem nenhuma opinião de quem já tenha tido esta experiência nos prepara para esta vivência.

Acordar de manhã num Sábado ou num Domingo em baixo. Ir a uma esplanada e ver famílias à conversa com os seus filhos ou até ralhando com eles. Ir dormir e não ter o prazer de ouvir uns passinhos de noite a caminhar na nossa direção e a perguntar: pai, posso-me deitar contigo?

Nada disso. Aqui durmo de uma vez só. Acordo sozinho. Bebo o meu café descansado. Estou até atualizado com os filmes mais recentes.!

Descobri agora que nem sentia saudades disso.

A minha vida aqui em S. Paulo é boa. A cidade é brutal. O movimento tem a ver comigo. A vida não para. Tenho amigos. Fiz alguns amigos aqui que vivem, como eu, longe de quem gostam e amam. Acabamos todos por nos ajudar.

Fazem-me falta aqueles dois piolhos. Escrevo-lhes com frequência. Para que as minhas palavras fiquem registadas mas, acima de tudo, para que eles nunca se esqueçam do que sinto por eles. Eles prometem responder-me sempre. Mas, caraças, são miúdos! Querem lá eles saber. Para eles, falarem comigo por telefone ou por Skype já é bom. Ou melhor, é o possível.

Regularmente fazem a pergunta: quando voltas? Porque não ficas? Ele, mais novo, entende menos. Ela, no alto dos seus 10 anos, finge-se de dura mas de dura nada tem. Mas é a forma de se defender.

Quando volto? Não sei. Quando gostaria de volta? Hoje! Adoro o que faço. Adoro as pessoas com quem trabalho. Adoro estar aqui. Mas adoro mais a Mariana e o Kiko. Eles nem precisam de respirar para eu entender o que precisam. Eles nem precisam de chorar para sentir que têm saudades.

Gosto de escrever porque me faz sentir bem. Não sou muito de falar sobre sentimentos. Mas quando me colocam a escrever.... bora lá!

André Robles, Pai de 2, São Paulo

As 4ª feiras dos outros

Desde que idealizei e pensei este blog que quis que contasse com algumas 4ª feiras de outros Pais. Nunca quis que este blog se tornasse um blog pessoal, apenas sobre os meus filhos, a minha vida e a minha experiência enquanto Pai. Queria, e quero, que o blog se conseguisse tornar uma "voz" de outros Pais que, da mesma forma ou de forma diferente, sentem este papel de ser Pai, activo, presente e que não abdicam dele.

Não sei quantas 4ª feiras de outros Pais vos conseguirei trazer. Acredito que a maioria não queira nem falar, nem escrever sobre o assunto. Mas acho que, nós Pais, devemos falar sobre o nosso papel, um papel renovado na sociedade deste século XXI.

Volto a frisar: eu não sou Mãe nem quero ser Mãe. Acredito, simplesmente, que o papel do Pai, na família, no trabalho, na sociedade, é hoje bem diferente do que era há uns anos: mais presente em casa, com mais responsabilidades na família e na partilha de tarefas domésticas, sem nunca perder nem abdicar da componente profissional. Tal como deverá ser o papel da Mulher, Mãe, com as necessárias diferenças que existem entre um e outro que ninguém, nunca conseguirá apagar.

Hoje, na primeira 4ª feira dos outros, trago-vos um testemunho de um amigo de longuíssima data. O André vive e trabalha em São Paulo. Está longe dos seus 2 filhos mas, nem assim, abdica do papel que escolheu na sua vida de ser Pai.

Caro André, muito obrigado pelo testemunho, sincero e sentido e estas minhas 4ª feiras são também as tuas 4ª feira. E vice-versa.

Deixo-vos, então, as primeiras 4ª Feiras dos Outros: Longe mas Perto.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Os amigos

Nunca tive muitos amigos, essa é a verdade. Bons amigos, mas poucos. E acho que nunca fui muito de fazer amigos em quantidade.

Agora, quase nos 40, considero-me um felizardo com os amigos que tenho e cada vez mais vibro com as minhas amizades.

Considero que tenho 3 "categorias" de amigos:

1) Os amigos de sempre. Aqueles que sempre foram meus amigos, desde que os conheço. Com quem falo regularmente, com quem estou com frequência, com quem faço regularmente programas. Aqueles amigos que temos e que são mesmo, mesmo nossos amigos!

2) Os amigos de infância, dos tempos do Colégio. Aqueles amigos que foram nossos amigos mas com quem, por qualquer razão, perdemos o contacto ao longo da vida. Tenho muitos amigos destes e tenho imensa sorte em tê-los. É que estes meus amigos são daqueles com quem raramente falamos mas que sabemos, os dois, que se precisarmos de alguma coisa, ambos estaremos cá.


Curioso que aqui há tempos, ligou-me um amigo do Colégio, com quem não falava há uns bons 25 anos. Precisava de um conselho. Sem hesitar, encontrei-me com ele e ajudei-o. Não pedi nada em troca nem esperei nada dele. Só podia mesmo ajudar! E que bem me soube o reencontro.

Estes amigos são quase como irmãos, com quem tenho a certeza que se me encontrar com eles daqui por 40 anos, falar-nos-emos da mesma forma e recordaremos os tempos do Colégio como se ontem tivessem acontecido.

3) Os amigos dos amigos. Confesso-vos que adoro esta "categoria" de amigos quando passam a ser meus amigos directos. Hoje em dia, tenho essa fortuna - acreditem, é uma verdadeira fortuna! São os amigos que me foram apresentados por amigos meus e que passaram também eles a ser meus amigos. Já não preciso de intermediários para falar com eles e combinarmos programas. É ulta-divertido, devo dizer-vos. Vibro à brava com estes meus amigos.

Afinal, afinal, pensando bem, tenho muitos amigos. Bons amigos. Amigos verdadeiros. E gosto muito deles todos! De vocês! Obrigado, meus amigos!

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Hora do banho

Hora do banho. O Zico começa a tirar a roupa. De repente, realiza. Tinha ido de pijama para a escola! Vestiu a roupa por cima do pijama!!!

Um colo

Ontem a Rita pediu colo. Peguei-lhe.

Nota prévia: a Rita já tem 9 anos, está crescida e eu já não estou novo. Pegar na Rita ao colo é já como levantar pesos...

Continuando... ainda dou colo à Rita e a Rita continua a pedir colo. Quando a pousei no chão, a Rita pergunta:

«Pai, o Pai não tem medo de estar tão alto?».

«Medo, Rita?! Medo do quê?», perguntei eu.

«O Pai é tão alto e eu sinto-me tão alta quando vou ao colo do Pai...»
Fiquei sem resposta. Muitas vezes, não temos noção de como as crianças nos vêem...

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A carcaça que é um animal

Aqui há dias, fui ao supermercado com a Ritinha. Entre outra coisas, compramos pão. «Leva este, Pai, adoro!», dizia ela. E levamos.

«É carcaça, não é Pai?». «Carcaça da Aldeia», disse-lhe eu.

«Pai, sabe que eu achava que carcaça era um animal?». «Animal?!», respondi eu. «Como animal?! Que animal pensavas tu que era uma carcaça?».

«Na escola, fiz um desenho em que pintei vários animais e uma carcaça.». Ainda mais intrigado fiquei! Mas que animal seria esse que ela pensava ser uma carcaça?

«Depois, a Clara (Prof. da Rita) é que me explicou que não era uma carcaça. Era uma carraça!».

Está explicado.