quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A Tasca do Alberto

Aqui perto de casa existe a Tasca do Alberto.

O Alberto é Homem da terra, genuino, esperto, trabalhador. Na sua tasca, a ementa é curta mas rica: caracóis, caracoletas, pica-pau e moelas. Bacalhau assado à 6a feira, só por encomenda que é um "lufa-lufa" ao prato, e frango assado ao Domingo. Muita imperial, muito boa disposição.

Eu gosto do Alberto, como gosto do Manel e das gentes daqui. Pus-me a pensar na melhor maneira de os descrever e só me lembrei disto: é gente que nos dá um aperto de mão com a mão suada. E eu gosto disso! É gente de trabalho, é gente para descomplicar.

O Alberto leva a vida com um sorriso, muita conversa e ciente das dificuldades. Tem 2 filhos. Do mais velho, rapidamente lhe vem a lágrima ao olho. "Tenho muito orgulho nele", responde logo. O filho, com 24 anos e uma licenciatura em design gráfico está em Londres, orientado. Leva uma boa vida, diz o Alberto. O mais novo, com 21 anos feitos, ainda tem o 12o ano para tirar. "Preocupou-se com as garinas em vez dos estudos, ficou para trás. Agora chora, já me chorou mas não há nada a fazer. Tem de trabalhar aqui comigo no café e pôr-se a caminho". E lá andava o miudo a trabalhar, o Alberto não lhe dá descanso.

Nas corridas que por aqui vou fazendo, mata adentro, encontro gente, muita, empoleirada em tractores, curvada de foice em punho. Uns olham desconfiados, outros cumprimentam. Eu cumprimento todos, antes mesmo de alguém me cumprimentar. É gente que merece respeito e admiração. Por aqui não há férias, não há praia nem piscina, há muita terra para trabalhar.

O Alberto, para além da sua tasca, tem muita vinha para tratar e trata de tudo. Não pede a ninguém, trabalha duro. Faz vinho. Vende vinho. Safa-se!

"E por aqui, há muito desemprego", pergunto eu? "Nem por isso, não há muito, mas o pessoal pôs-se a andar. Antes era o Rei das imperiais, vendia que era uma loucura, hoje vende-se pouco. Mas vai dando, vai chegando.".

Eu, que ando sempre preocupado com os números, a macroeconomia, as tendências e tudo o mais, adoro isto! Adoro falar com as pessoas, conhecê-las. Isto sim é o País. Isto sim é a nossa Economia. Real. Dura. Sofrida. Devia ser obrigatório a qualquer político, tirar pelo menos 1 semana por ano para andar por este Portugal para conhecer as gentes que governam.

Daqui a uns dias, terminam as férias. Levo este sítio sempre na minha cabeça, nas minhas memórias e olhando o calendário para o fim-de-semana em que poderemos estar de volta. Este ano, levo o Alberto como exemplo do que posso e devo fazer durante o ano: trabalhar mais, encontrar soluções, safar-me. A vida está para isso.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

O início das nossas férias

As férias vão longas para os meninos, as nossas começam agora.

Depois de fute, praia com a escola e 3 semanas com os Primos, começamos agora a nossa "aventura" de férias, só os 5.

Mixed-feelings para o Zico. "Quero ir e não quero ir", dizia ele, já com saudades dos Primos ainda antes de partir.

Na 1a noite, a eterna discussão sobre onde jantar. Os meninos gostam do buffet do Hotel, cuja qualidade deixa sempre algo a desejar mas acabamos lá sempre!

Desta vez resistimos e convencêmo-los a ir experimentar outros sítios (principalmente o Zico). 1a tentativa falhada, sem mesas; 2a tentativa falhada, muito tempo à espera para nos sentarmos; à 3a foi de vez.

Rapidamente entendi o porquê de optarmos pelos buffets dos Hotéis: a Teresa não sabe esperar, não para quieta e faz imenso barulho. Um stress!!!

Assim, o meu primeiro objectivo pós-férias já está tomado: ensinar a Teresinha a estar sentada à mesa, a esperar sossegada, sem gritar. Será possível?

Com os 2 mais velhos foi fácil, sempre souberam estar sossegados à mesa, sabiam esperar e respeitavam o silêncio dos outros. Com a Teresinha, tal coisa parece ser impossível...



domingo, 10 de agosto de 2014

A maluquinha dos caracóis

A grande revelação deste Verão: a verocidade com que a Teresinha devora caracóis!


Já aprendeu a comê-los: chupa o caracol, sabe que a casca não se come, põe as cascas todas de lado e já começa a tentar tirá-los com um palito. Este e o próximo passo, ensiná-la a tirá-los sozinha. A Marta não faz mais nada senão puxar o caracol para fora para a Teresinha os chupar.


Toda a gente fica admirada. Ate hoje, uma Sra. que estava na mesa do lado com os filhos se meteu com ela, tal a admiração em ver um bebé a comer caracóis.