sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Confiança e crescimento

O Zico tem passado alguns momentos menos bons no novo Colégio. Tem tido mais dificuldades em se adaptar do que a Rita. Entrou a meio de um ciclo, para uma turma com grupos de amigos já feitos e está a ter alguma dificuldade em estabilizar as amizades e perceber, efectivamente, quem é e quem não é amigo. De resto, está a gostar muito do Colégio e sinto-o contente.

Com as adversidades vem o crescimento. Noto uma grande diferença deste meu Zico para o Zico de antes do Verão. E com o crescimento vem a confiança.

Sempre expliquei aos meus filhos (aos mais velhos que a Teresa ainda não está para aí virada) que, mais importante que tudo, é dizer a verdade. Não mentir, não esconder, porque com a verdade vem a confiança. O pior que eles me podem fazer é mentir. Não é asneirar, não é bater, não é estragar... é mentir! E acho que eles cresceram a perceber isso.

Da Rita tenho toda a confiança. Sei que não vai prevaricar. Pode fazer as asneiras normais de uma criança de 10 anos mas sei também que se vai aplicar, que vai primeiro trabalhar e depois brincar, que vai estar atenta nas aulas, que vai-se comportar bem. Confio nela. Já o Zico, tem dias...

Vem isto a propósito de uma conversa ontem com o Zico, à saída do Colégio.

«Pai», diz ele, «estou a ter aulas de karaté!».

«Karaté, Zico, como assim?!».

«É o meu amigo Diniz (acho que é o Diniz) que me está a ensinar, e o Henrique também. E também me ensinaram uns truques novos de judo. Amanhã tenho mais 2 aulas».

Fiquei algo apreensivo. Normalmente estas brincadeiras dão asneira e com as coisas a não correrem tão bem no recreio, fiquei logo de pé atrás.

«Olha lá Zico, tem cuidado. Vocês ainda se magoam». Respondeu-me que não. Insisti na conversa e na minha argumentação.

«Confie em mim, Pai!». Instintivamente, o meu coração e a minha cabeça responderam logo: «Claro que confio em ti, Zico!». Porque confio mesmo! Porque conversa após conversa, dia após dia neste Colégio, choro após choro, riso após riso, alegrias e tristezas passadas diariamente, cada vez confio mais no juízo do Zico e na sua capacidade de decidir, de diferenciar o bem do mal, de saber o que é e não é correcto. Está a dar-me provas que é capaz. E quando isso acontece, eu confio e deixo-os à vontade.

Sem comentários:

Enviar um comentário