sábado, 31 de agosto de 2013

O Rapaz da Corneta

Vou sempre à bola com o melhor companheiro que podia desejar. Mas às vezes, esqueço-me que só tem 6 anos.

Hoje é dia de Sporting-Benfica. Estou à espera deste jogo há já algum tempo. Tenho a certeza que vai ser um ambiente fantástico, como há muito não vejo em Alvalade.

Este ano, o Zico tem GameBox. Sempre que for possível, acompanhar-me-à e terá o seu lugar, sentado, só dele.

Hoje vai comigo. É o seu primeiro derby. Depois de alguns minutos nas roulotes, a comer batatas e bifanas e a beber uma coca-cola, reparo que está atrapalhado. É muita gente! Muito barulho. E ele não gosta.

Pede-me várias vezes para irmos para o Estádio. Recuso. Pede-me colo, digo que não. Ele sabe que para estar comigo no Estádio, tem de ser crescido mas hoje nem que se "esticasse" muito, ele iria lá chegar.

Há meses que me pede uma corneta. Sempre recusei. Nunca fui fã de brinquedos barulhetos, género tambores, baterias e cornetas. Mas hoje, perante a importância do jogo e pelo facto de me ter apercebido que ele estava atrapalhado, comprei. Achei que seria um conforto para ele e, assim, ficaria mais à vontade.

À entrada do estádio, tiraram-lha! É proibido levar cornetas para dentro dos estádios em Portugal. Por muito que eu tentasse convencer o segurança, não havia maneira. Tivemos de entregar a corneta.

Chorou! Chorou muito. Dezenas de pessoas mostraram-se indignadas, aproximavam-se e perguntavam o que se passava. «Devolve lá a corneta ao miúdo, pá!», gritavam.

Um Sportinguista aproximou-se, perguntou-me porque chorava o Zico, e eu expliquei-lhe. «O quê?! Eu resolvo isso», disse. Passado nem um minuto, voltou e disse-me: «Está resolvido». Logo depois apareceu um segurança a devolver a corneta ao Zico. Esse Sportinguista apenas me disse isto: «Já fui supervisor deste estádio. Apenas disse ao segurança que se ele queria ficar com a corneta do miúdo, a seguir teria de ir comigo revistar as claques todas!».

Não podemos buzinar, mas mantivemos a corneta! À saída, depois do jogo, a primeira coisa que me perguntou, foi: «Já posso apitar a corneta?». «Claro que sim», respondi.

E lá foi o Zico, a apitar a corneta, na rua, no metro - como ele gosta de ir à bola de metro! - e em casa, baixinho, que a Teresinha já dormia.

Obrigado a esse Sportinguista e ao Sporting por nos dar todas estas emoções! VIVA O SPORTING!!!

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Mudança de casa

Em Julho, desde 2007, que nos mudamos de casa. Eu e os meninos. A Marta fica em Lisboa a trabalhar, indo ter connosco aos fins-de-semana. Por vezes fica a dormir connosco durante a semana, fazendo a viagem de carro de manhã e à noite. Este ano, sorte nossa, vai e vem todos os dias!


Felizmente para mim, posso trabalhar em qualquer lado. A não ser que tenha reuniões agendadas, posso perfeitamente trabalhar fora de Lisboa. Os meninos adoram ir para casa da Avó: têm praia, piscina, primos para brincar. São as verdadeiras férias em família, daquelas que guardamos para sempre. Eu próprio ainda hoje me lembro bem das férias no Ferrel com os meus irmãos, primos e Tios.

A rotina é simples: praia de manhã, piscina à tarde. De manhã, acompanho todos à praia, filhos e sobrinhos. À tarde, ficando em casa, recolho-me e trabalho um pouco. Assertividade e eficácia são um must para em apenas meio dia de trabalho conseguir fazer o mesmo que um dia inteiro.


O ano passado, o Zico experimentou ter umas aulas de surf. Saiu-se bastante bem mas ao fim de 3 aulas, fartou-se. Este ano está a pedir, de novo, para experimentar.

Há uns anos atrás, marcamos presença nas construções na areia do DN. Até fomos entrevistados, tal era o tamanho da nossa prol, que impressionou a jornalista. Fomos foto de jornal, e tudo!


Acho que são semanas inesquecíveis para todos. Eu faço o esforço de estar sempre presente nesta altura e poder acompanhá-los nestas férias, se bem que parte do tempo tenho de trabalhar e ocasionalmente tenho de ir a Lisboa. Mas todos adoram, de tal forma que ficam desejosos de vir e nunca querem ir embora.

Infelizmente, este ano só consegui ficar uma semana. Os meninos tiveram a sorte de ficar quase 3 semanas, com a Avó, primos e Tios. Quem ficou a "perder" foi a Teresinha que teve de voltar comigo para Lisboa. Mas enquanto lá esteve, divertiu-se muito!

Alguns amigos meus "gozam" com o facto de eu tirar mês e meio de férias. Apesar de trabalhar para isso, não é verdade. Grande parte deste tempo, estou a trabalhar e os meninos estão de férias. As minhas verdadeiras férias são bem mais curtas. Mas é óptimo conseguirmos ter isto. E trabalhamos todo o ano para isto, a Marta e eu. Trabalhamos para conseguir dar tudo isto aos nossos filhos. E, claro está, temos muita sorte de ter os Pais, irmãos e sobrinhos que temos que tanto nos dão e tanta companhia fazem às crianças!