quarta-feira, 26 de março de 2014

30 anos depois

Há 30 anos atrás, no Dia do Pai, escrevia um carta ao meu Pai. Na altura tinha 9 anos. Engraçado ver, hoje, quais eram, à data, as minhas preocupações para com o meu Pai:


Passados 30 anos, certinhos, e agora na qualidade de Pai, recebo uma carta da minha filha mais velha, Rita, também ela com 9 anos, a idade que eu tinha quando escrevi a minha carta ao meu Pai:


Olhando para as 2 cartas, para além da curiosidade e coincidência de intervalarem 30 anos certos, e de eu, na altura, ter 9 anos, idade que a Rita agora tem, acho engraçado ver como é que eu via o meu Pai, e como é que a Rita me vê a mim.

No fundo, tudo não é mais do que fruto das experiências que temos como filhos. Na altura, eu via mais o meu Pai na televisão e achava-o magro. Pelos vistos, isso preocupava-me. A Rita vê-me de fato e gravata e de calças de ganga. Sente que somos parecidos porque ambos temos uma poupa (atenção que já há 30 anos, eu tinha uma poupa, bem visível no desenho que fiz para o meu Pai!).

Para além disso, acho fantástico que a Rita veja em mim, para além da parecença física e de a acompanhar nas coisas que para ela são importantes - jogar i-pad, ver televisão - aquilo que faz parte também da minha vida, que me move, que eu adoro, e na qual tento incluir os meus filhos: as lides domésticas (ir ao supermercado é delicioso!), a minha paixão pela Barcoiça e, claro está, o Sporting!

Se a Rita crescer aprendendo que são essas minhas paixões que me movem, acho que é já meio caminho andado para ela ter sucesso na vida. Bastará encontrar as suas próprias paixões e deixar que sejam combustível para a sua vida.

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